Cansei
 
Às vezes cansamos. Óbvio, claro. Então o que fazer? Descansar novamente, óbvio.

Mas, mesmo com todo esse claro óbvio, não é assim. Mais uma vez, óbvio que não é assim. Então, onde está o óbvio?
Bem, não estou aqui questionando e muito menos procurando o óbvio como possa parecer.
Quero falar do “Às vezes cansamos”, deste cansaço que contém insatisfação, desejo e revolta, entre tantos outros elementos que simplificamos no popular “cansei”.
Refiro-me aos vários tipos de “cansei” que estão presentes em diferentes frequências e intensidades, mas que, de modo geral, são “canseis”...
 Cansei de tentar agregar, embora saiba que precisamos fazer isso, entretanto, cansei.
Cansei de acreditar no reconhecimento, mesmo que acredite que precisamos reconhecer.
Cansei de proteger os que me são caros, sejam amigos, colegas ou familiares, apesar de reconhecer que é fundamental que o façamos.
Também cansei de ser julgado por medidas que não me medem, mesmo que me seja inevitável medir pelas próprias medidas.  Cansei de ajudar, conquanto que continue a fazê-lo.
Cansei de amigos parciais, convenientes, falsos e se eles não existissem talvez...
Cansei de ser útil aos que servem aos verdadeiros inúteis.
Cansei de acreditar nas pessoas, mesmo que se deva acreditar sempre.
Cansei de ser usado, de ser objeto, de contribuir, de ajudar, de servir, de gente interesseira, manipuladora,  egoísta,... Enfim, cansei dessas “gentes.”
Cansei de fazer o certo, mesmo que precise ser feito.
Cansei de esperar, mesmo tendo fé.

Cansei disso tudo, embora ainda faça tudo isso.
Cansei, cansei, cansei...
Então resta a pergunta:
_Cansei de mim mesmo? _Sim, cansei!
Chegou a hora de descansar? Sim, está na hora de mudar.
Mudar, sem deixar de lado os verdadeiros valores; mudar, sem deixar de fazer o que precisa ser feito, sem deixar de acreditar, sem deixar de ser, sem contaminar a própria essência...

Chegou a hora de me reinventar? Certamente, certamente, certamente....
Certamente todos esses “canseis”... “passarão e eu passarinho”. 


 
 
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 02/01/2015
Reeditado em 07/01/2015
Código do texto: T5088358
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