QUEM PAGA A CONTA ?
Para toda despesa tem que haver uma fonte de renda ou receita. Não pode haver débito sem crédito. Quando uma despesa é feita, ela pode até não ser paga imediatamente, mas terá que sê-lo. Assim, quando é feito uma festa, aqueles que participarem dela poderão ter que arcar com o ônus dela.
A virada do ano ou as festividades pela passagem do ano foram de muita luz com espetáculos pirotécnicos. Luzes inebriantes para olhos ávidos por coisas fantasiosas. Mas isso tem um objetivo que não é questionado pelos seus espectadores, nem revelado pelos seus promotores: iludir, enganar com diversão de raios multi-cores. O povo se ilude com coisas pueris. Mas quem paga essa conta, que parece não sairá do seu bolso?
Conforme foi timidamente noticiado pela mídia, o espetáculo pirotécnico previsto para a festa de virada de ano do Distrito Federal só seria possível com o sacrifício de salários e décimo terceiro salários de servidores do governo, além de corte de recursos de outros setores públicos. Como se vê, alguém tem que pagar a conta da farra e da irresponsabilidade do gestor estadual.
Assim, se for feito uma análise para saber como foi possível fazer as festas que foram feitas Brasil afora, com toda certeza se saberá que alguém teve que sofrer para isso.
E mesmo que o sacrifício não tenha penalizado diretamente ou imediatamente a alguém ou a algum setor público, os valores gastos poderiam ter sido empregados de modo racional em finalidades devidas.
Se pudéssemos apurar o quanto foi despendido para a farra das festividades de fim de ano, veríamos de modo surpreendente o quanto foi escoado pelo esgoto da insanidade das autoridades gestoras dos recursos públicos. Tantos milhões queimados em poucos minutos. . . E pra quê?
Está sendo anunciado arrocho para o ano que se inicia. Mas não arrocho para os poderosos, e sim para o povão, os assalariados, os menos favorecidos pela sorte, os que dependem dos serviços sociais administrados pelo governo, etc.
Mas como o povo se satisfaz com pão e circo, esse foi armado para agradá-lo. Quando este reagir, não terá como recuperar o leite derramado. E então virá o choro, o qual poderá durar não só quinze minutos, tempo que durou o espetáculo, e nos quais foram consumidos recursos que poderiam dar um ano senão feliz, pelo menos de menos pesar.