Outra festa
Eu sou o Papai Moel... isso mesmo, não é erro do editor ou algo que o valha, é Moel mesmo. Eu sou irmão daquela outra celebridade obesa e moro no outro polo, o sul.
Um belo dia, decidimos que haveria de existir um dia para a celebração das coisas, todas elas sem exceção. Decidimos na sorte quem ficaria com o que e por isso sei agora quão azarado eu sou.
Ficou o diabético do meu irmão com as coisas materiais e eu com as imateriais (de modo que não trago saco). No primeiro festival organizado por nós, acreditei (de modo infantil) que eu não sairia perdendo ou que, pelo menos, não me daria por vencido. Doce ilusão midiática.
Para piorar as coisas nós dois tínhamos o direito de fazer um único pacto com uma única nação no mundo. Meu irmão escolheu os Estados Unidos, por conselho da própria ONU e com o registro oficial de seu nome, eu (por conselho irresponsável da comunidade da Nova Era na Índia) escolhi o Reino de Atlântida pois, diziam eles, era este local cheio de tesouros imateriais (e hoje ele está perdido em meio ao mar).
Todos os dias em que se percebe a proximidade dos festivais, todos celebram a possibilidade de paz, alegria e etc mas no dia em si... todos só querem presentes.
Foi para isso que criamos dois festivais, pois um deles não poderia ter nenhuma referência aquela ilha de gelo capitalista que é o polo norte nem ao meu polo sul para que não houvesse confusão. Meu nome também teve de ser escondido, pois os Estados Unidos fizeram uma campanha mundial para que se conhecesse apenas meu irmão.
Apesar de tudo isso, eu gosto de meu feriado: todos vestem minha cor (branco) e celebram virtualmente apenas as coisas imateriais... a festa se chama Ano Novo. Não conte a ninguém mas estou ilegalmente me projetando com o nome de Iemanjá.