Ótica.

Ótica

Homem subjugado, desatinado, anseia o bem, mas impetra que todos se curvem diante das suas percepções e diga sim pra suas escolhas.

Pertencemos a uma sociedade corrompida, mesmo assim, calamos frente ás injustiças. Seguimos em busca de metas, ainda que os empecilhos surjam inesperadamente. Não pretendemos nos acomodar em meio ás dificuldades sem tentar vencê-las, sem questioná-las. Muitos até intentam transformar, mas são literalmente adaptados a um Sistema onde desliza a competitividade de hierarquias distintas. Temos deixado de lado as nossas perspectivas de crescermos e alçar voos maiores? Não podemos perder as minúsculas oportunidades de assistir ao despojado, ter uma vida digna; moradia, casa e comida.

Fazemos parte de um País democrático, que só nos induz a lutar pelos benefícios de quem já é favorecido. Então sou despertada a pensar de uma forma diferente; começo a investigar minha vontade de poder e percebo que pretendo ter muito mais do que me interessa. Almejo abater, mas enquanto isso não acontece, sinto na pele a busca do domínio e a intervenção do meu adversário. De certa forma, somos diferentes, e o que causa essa divergência é o proceder de cada um: de determinação ou retrocesso, de querer mudar ou se harmonizar, propagar ou reter. Podemos olhar ao redor e compartilhar com o vizinho a alegria, dando-lhe um abraço e uma palavra de estímulo, na esperança de que se eternize a amizade plantada.

Ainda que eu observe o mundo, as pessoas na sua imperfeição, aceito que preciso olhar pra dentro de mim e renovar-me como a águia, assim terei proveito das coisas que cometi e das que deixei de fazer. Queria me sentir como o dono da verdade, porém tenho acertado pouco, porque nem sempre tomo a decisão na hora certa.

Demuda meu pensamento compreender as disparidades sociais que, elevam o Brasil a um índice de mortalidade infantil e analfabetismo. Quisera que os nossos gestores mobilizassem estratégias para estes fins! Quando observo mais além, vejo literalmente o homem corrompido, viciado em politicagem, abusando de nepotismo, desrespeitando a Lei de Deus e a dos homens.

Almejo ver a vida na sua essência, sem compará-la a um tão sonhado paraíso, mas com a convicção de que podemos ter o essencial, o fundamental pra vivermos segundo a Constituição do nosso País. Um lugar onde todos têm os mesmos direitos; acesso a uma Educação de qualidade, um bom acolhimento nos hospitais públicos, respeito aos idosos e crianças.

Talvez sejamos pessoas que aspirem ajudar o próximo, mas temos pouco tempo para partilhar experiências, nosso mundo é extremamente desigual, delimitado no que podemos ou não fazer. Vivemos uma Era onde ninguém mais compartilha; á não ser por um aparelhinho chamado celular, ou se preferir, por um site onde as pessoas interagem e se expressam de um jeito excêntrico, onde as contrações das palavras servem para resumir vocábulos e causar danos á ortografia.

Hoje, sob minha ótica, observo meus filhos viverem com magnitude, com pura altivez; eles dão passos decisivos e dominantes. Quisera que eu visse dessa esfera quando outrora, ainda adolescente; Com uma mala pequena e esperança na bagagem, tentara tudo resolver. Aspirava enriquecer e nunca mais regressar. Eu aventurara dar os primeiros passos para minha liberdade, sair de casa sem olhar pra trás. Mas durou pouco minha única chance de ser dona da minha vida. Minha irmã se apoderou das minhas coisas, sentou-se feliz na minha cama, tomando conta do duvidoso que eu apreciava ser meu. Ela estava radiante com a minha fuga, me ajudara no que pode... Pensei, pensei... E finalmente decidi: Desarrumei a mala e disse-lhe que ficaria. O que eu estava procurando não estava entre quatro paredes, mas aprisionado em mim. São tantas as coisas que matam o ser humano, que deixam o ego completamente destruído. As palavras têm poder de mudar vidas, mas o silencio de eternizar-se.

ARTESGS
Enviado por ARTESGS em 30/12/2014
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