NATUREZA ENCANTADORA
Que a natureza é generosa, perfeita, exuberante, disso todos sabemos.
Quantos de nós já nos deparamos com o inusitado de alguma surpresa que a natureza nos proporcionou!
Quem ainda não parou por algum tempo a admirar e a refletir sobre alguma curiosidade encantadora, proporcionada pela natureza.
Não fosse a notória impossibilidade de nós, os humanos, realizarmos certos arranjos, provavelmente não acreditaríamos que a natureza, por si só, os tivesse feito. São rochas descomunais em perfeito equilíbrio sobre pedras soltas, são figuras e formas talhadas em rochas pela ação do sol, do vento e da chuva. São plantas, insetos e animais multicores e multiformes, de coloridos irreproduzíveis.
A variedade é tanta que não somos capazes de catalogar todas as espécies. A fartura das águas dos rios, lagos e a magnitude do mar são inesgotáveis.
Temos motivos, particularidades, curiosidades e aspectos tão relevantes acerca da natureza, que por mais que os biólogos, arqueólogos, aficionados e estudiosos tenham se esforçado através das sucessivas gerações e que continuem o esforço em desvendar a sua plenitude, jamais lograrão êxito.
Em uma situação bem particularizada, vivencio nas manhãs em que costumo sair para as caminhadas matinais. Durante o ritual de aquecimento, momento em que o dia ainda não clareou, algo que me chama a atenção: os últimos sobrevoos de morcegos. Eles farfalham e exibirem os seus derradeiros rasantes. Saem das copas das árvores, passam trissantes e ligeiros, como que brincando uns com os outros e retornam às copas. Realizam esses movimentos e ruídos diversas vezes e, à medida que o dia vai clareando, suas aparições vão ficando mais raras, abrindo espaço para que os bem-te-vis possam recepcionar, festivos, o novo dia.
Essa euforia, por parte dos alegres bem-te-vis, por incrível que possa parecer, incomoda a muitas pessoas.
Fascina-me a sutileza e a alegria com que essa transição se dá. É como se os morcegos passassem o turno aos bem-te-vis e, com suas últimas e rápidas aparições, estivessem se certificando de que tudo está conforme a vontade do Criador.
É realmente extraordinária a natureza: os seres notívagos se recolhem rigorosamente em seus tempos, abrindo espaço para que as espécies de hábitos diurnos possam iniciar, em sua plenitude, um novo dia.
A harmonia é total e uns não invadem os espaços sagrados dos outros.
Cada espécie se comporta conforme sua natureza e peculiaridades. Os instintos de cada uma lhes dão as referências de que necessitam, para se manterem dentro dos seus parâmetros naturais.
Temos mesmo muito que aprender com a mãe natureza.