Shakespeare... Einstein... Chico Buarque... Eu?

“Shakespeare!” – exclama o poeta subitamente – “É verdade, ele era um gênio...”

Leva a caneta até os lábios e sussurra para si mesmo: “um gênio...”

Pousa vagarosamente a caneta sobre a folha: “E eu o que sou?” E fez-se luz em sua mente: “um poeta!” – exclama triunfante, mas rapidamente uma dúvida vem à tona e ela surge tal como Stechett a criou: “Io sonno um poeta o sonno um imbecile?”. Um leve sorriso flui: “sou um poeta...” E se desfaz: “um imbecil...”

“Quem seria capaz de compor A Banda?” – foi-me perguntado certa vez. Só Chico Buarque, suponho. Logo concluo que qualquer um não seria capaz de inventar o avião, ou o computador, ou o telefone, ou a genética, ou a bomba atômica... BUM!... o extermínio de seis milhões de judeus... o capitalismo (cruel)...R$...

– “Ah! Quanto mais avanço em direção ao horizonte, mais longe se encontra o fim do mal...”

O homem se levanta e sai. Rapidamente volta e, num movimento brusco, retorna ao seu lugar inicial.

– “... Então cada um tem o seu papel (um destino?) para o bem ou para o mal... NÃO! Para o mal, não! Pára o mal! Matar não pode ser um destino; deve ser uma escolha. Morrer sim, é algo inevitável... Então cada um tem o seu papel... sim, eu tenho o meu papel e minha caneta... talvez eu seja Einstein e meu pergaminho a teoria da relatividade...”.

Danillo José Silva Melo

Danillo Melo
Enviado por Danillo Melo em 31/05/2007
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