SE TUDO EM TI É ÁGUIA, POR QUE NÃO O ÉS?
Tens todas as características de uma águia, portanto, águia é o que tu és.
Porque então não te comportas como tal?
Pode-se afirmar que a resposta está nas atitudes, ou melhor, na falta de atitudes, em não te portares e não te postares como um exemplar da família Accipitridae.
Essa atitude, por analogia, é como um corpo sem vida. Tem tudo de um ser vivente, mas não há movimento. O coração não bombeia, por esse motivo o sangue não flui, carece de oxigenação, de energia vital.
Tens a convicção de que reúnes todas as características aquilinas. Por outro lado, observa-se em ti a falta do comportamento, da atitude, do espírito audaz próprio da tua espécie. Essa audácia não pode, ou pelo menos, não deveria ser forçada. O apropriado é que seja algo natural, inerente à tua classificação taxonômica.
Faz-se mister soltar as amarras que ainda te prendem, que te confinam ao rasteiro, que te permitem apenas colher fragmentos e que te impõem a escassez generalizada.
Tu que deténs todas as informações cromossômicas congênitas da tua ninhagem, não tens o direito de te portar de forma diversa. Ainda mais que as consequências nocivas de teus medos, receios, bloqueios e das tuas negações, afetam negativamente também aqueles que, de certa forma, dependem de ti, a todos os que estão à tua volta, afetando também a própria empresa onde trabalhas.
A expectativa de uma organização é sempre de poder contar com colaboradores pró-ativos, produtivos, alinhados com o seu negócio e física e mentalmente equilibrados.
Tu águia, que convive com as galinhas e ages como estas, com toda certeza passará por sérios apuros. Pois as galinhas não são longevas, estão no seu habitat e agem como tais, mas tu não tens agido segundo tuas peculiaridades inatas e viverás em torno de 70 (setenta) anos. Sequer os galináceos, pelos quais tens tanta afeição, poderão socorrer-te quando as tuas garras estiverem tão grandes, curvas e fracas, que não possam mais capturar e segurar tuas presas. Quando o tamanho de tuas penas e a envergadura de tuas asas se tornarem antianatômicas e pesadas. Quando toda tua musculatura estiver tão flácida que te impossibilite de voar. Quando o teu bico estiver tão grande e curvo, que não te permita nem mesmo recolher fragmentos deixados ao solo.
Assim, chegará o dia em que tu águia, tornar-te-ás presa fácil. Vulnerável até mesmo em relação aos outros seres de tua linhagem, uma vez que não guardas mais as tuas características originais, restando-te apenas definhar-te e esperar pelo predador, na esperança que este não seja do próprio gênero que o teu.
Carece-te, ó altiva ave rupícula, de ouvir a tua própria voz interior dizer: “águia é o que tu és” e aguçar as peculiaridades que são próprias de ti, resgatar os teus instintos, renovar as tuas asas, unhas e bico, fortalecer a tua musculatura, contemplar a beleza e a grandeza do horizonte, acreditar que toda essa vastidão te pertence e que está ao teu alcance, partir para o voo triunfal da tua sublime renovação e cumprir a tua missão.
Nas palavras de Ralph Waldo Emerson "A confiança em si mesmo é o primeiro segredo do sucesso."