PRÊMIO OU CASTIGO? (CORRUPÇÃO NA PETROBRAS)
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Uma pessoa acuada, pressionada, com medo, ameaçada, sufocada e envolvida em denúncias de irregularidades explode e fala. Venina da Fonseca pode ter se excedido um pouco, mas está confiante e documentada! Isso foi o que observei como jornalista especializado em Assessoria de Comunicação e Marketing Empresarial.
Na década de 80, fui estagiário na área internacional de comunicação da Petrobras, dirigida pelo jornalista Venâncio Ramos. Passei pouco tempo, mas foi tempo suficiente para saber que a empresa Queiroz Galvão estava realizando inúmeros contratos para obras com o Governo do Iraque e contratava empresas menores para realizar outros serviços. Estas contratavam novas empresas, para cumprir determinadas tarefas. Em outras palavras, isso é o que se chama “fatiamento de contratos”: um contrato que se divide em vários outros, entre empresas privadas!
Manter ou não manter a presidente Graça Foster à frente da Petrobras é o menor dos problemas! Ela está sem clima político e confiabilidade para continuar no cargo, mas a presidente da República Dilma Rousseff tomou a decisão de mantê-la porque nada existiria contra ela. É verdade: só que ela ficou desgastada com as denúncias da ex-diretora Vanina Fonseca, que reafirmou e documentou tudo, provando que a presidente da Estatal foi no mínimo omissa na apuração das denúncias ou incompetente por não ter entendido o que seria fatiamento de contratos. Deveria ter se inteirado melhor sobre as denúncias que se avolumaram desde 2009 e procurado saber o que seria “fatiamento de contratos” denunciado pela diretora e não tê-la tê-la enviada a Indonésia para trabalhar no escritório da empresa e, depois ter sido orientada fazer um curso de Mestrado, como diz ter feito. O que pareceria ser um prêmio para a ex-diretora foi, na verdade um grande pesadelo porque Vanina, acuada, sem resposta de ninguém, acusada porque também teria cometido desvios de conduta de acordo com o Código de Ética da Empresa, decidiu contar tudo o que sabia e garante que não é só ela quem sabe; outros funcionários, também, mas devem estar com medo de vir a público, deixando Venina sozinha, contra todos!
Diante ao problema gerado, o melhor seria a presidente Graça Foster se afastar da Petrobras e permitir que tudo fosse apurado. Depois, retornaria mais forte e mais determinada para cumprir as metas e ações programadas. O que não dá é para a presidente da República Dilma Rousseff assumir a defesa intransigente da presidente da Estatal. Essa prática lembrou-me muito o que sempre me dizia o Dr. Maury de Macedo Bringel, em nossas conversas informais. Ele dizia e repetia sempre: “quando a pessoa é sua amiga mesmo, você escreve em um guardanapo de bar ”atenda-me, seu fdp. A pessoa lerá, dará um leve sorriso e atenderá. Quando a pessoa não é amiga e não quer atender nada, o interlocutor poderá estar totalmente certo, documentado e com razão, fazer petição de 30 ou mais laudas, ela receberá, sentará em cima de tudo e não atenderá nada, mesmo que a pessoa tenha razão. E ainda colocará tudo na última gaveta de sua mesa só para que ninguém o encontre”.
Pode ter sido esse o caso da presidente Graça Foster, no caso das denúncias feitas por Venina de Freitas, desde 2009! Recebeu, leu, não deu importância e agora diz que nunca tomou conhecimento de nada e que Venina nunca fez qualquer denúncia formal. E precisava?