ENTRE O DEVER E O DIREITO

É a primeira vez que escrevo uma crônica, então peço aos leitores que tenham um pouco de paciência e compreensão acerca do texto.

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grato!

ENTRE O DEVER E O DIREITO

POR M. DAMER SIMAS.

Atualmente, em todas as esferas, sejam elas civis, públicas, privadas, fala-se espantosamente sobre direito. Em conversas casuais, palestras, aulas, enfim, em quase todo tipo de conversa que gere um debate; está lá presente o tal do direito. Direito para lá, direito para cá, e a sociedade vai aos poucos deixando de lado algo que por muito tempo permeou os ensinamentos dos nossos lares. O dever.

Entrando em uma máquina do tempo e navegando para quinze ou mais anos atrás, tínhamos em casa muitos deveres. Muitos afazeres no dia-a-dia. Era dever do filho ou filha, arrumar a sua cama, ajudar a mãe com a louça, por vezes, executar a dificílima tarefa de passar uma vassoura pela casa. Nada mais justo, tendo em vista que a comida que entra para o lar é fruto do árduo trabalho de pais e mães. Aliás, entende-se por lar, a casa que com o salário do pai ou da mãe, ou de ambos, protege os entes da chuva e das intemperes do tempo. Ainda, a criança tinha o algoz dever de passar de ano na escola. Hoje vivemos uma época difícil. Ninguém mais arruma cama ou ajuda na louça. Isso é ridículo. Ninguém mais varre a casa, afinal, isso é coisa para empregada fazer. Não é mais preciso passar de ano na escola, pois é um direito meu não estudar. “Quem tem o direito de me obrigar a frequentar a escola?” São ideias preocupantes essas citadas acima, mas que hoje são comumente ouvidas em várias casas. E o dever de respeitar os mais velhos? Onde está? Quem ainda pede benção ao avô e a avó?

Reflexo de uma sociedade pautada em um falso direito; tente ligar a sua televisão e assistir uma hora de debate político. Fazem entrar em nosso lar, a era de um direito amargo, um direito que prevalece ao dever e nos torna livres para fazer o que bem quisermos. Livres mesmo, pois inclusive, o assassinato por muitas vezes fica impune. Apontam o dedo em riste frente ao nosso rosto, acusando-nos de pré-conceituadores, sendo que nem a si mesmo respeitam. Chama a bíblia de lixo e pisoteiam a constituição federal. A carta magna de nossa nação, cujo artigo 1º diz que todo poder emana do povo. O povo sem a devida instrução que merece, acha tudo muito bonito e que isso faz parte de uma era de mudança.

Enquanto as novelas mostram tudo, menos o que é certo, pessoas mal intencionadas pressionam o dedo nas feridas dos outros, para que esses gritos sejam ouvidos e não os dos escândalos sobre a Petrobras e o mensalão. É muito interessante uma menina de quinze anos que rebola na televisão ao som de “quadradinho de sei lá o que” ser vista como uma nova artista e menos de um ano depois ser mãe precocemente. Será que foram somente os pais dela que falharam? Ou será que toda a sociedade está falhando aos poucos. Como se fosse um motor de carro que, sem a devida manutenção, aos poucos deixará de funcionar? Quem está mais errado? Quem acusa o outro de estuprador ou quem diz que a acusadora não merece ser estuprada?

Enquanto os nossos deveres forem cada vez mais deixados de lado e a era do direito, seja lá ele qual for, tomar conta, tenho a infeliz impressão de que o motor de nossa sociedade logo deixará de funcionar. Sem a manutenção devida, ora espiritual, ora intelectual, estamos fadados a tornarmo-nos dinossauros.

M Damer Simas
Enviado por M Damer Simas em 23/12/2014
Código do texto: T5079037
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