99 centavos

Outro dia fui à mercearia do bairro comprar uma latinha de milho verde. O preço: R$1,99. Claro que paguei R$2,00, porque o caixa nunca tem um centavo para nos devolver o troco. Tudo bem, o que é um centavo? Não dá para comprar nem uma balinha doce. Mais tarde precisei usar o estacionamento no centro da cidade: R$3,99 a hora. Nem preciso dizer que dei uma nota de R$5,00 e recebi R$1,00 real de troco. E o um centavo? Bem, dois centavos também não compram uma balinha doce. Aí fui ao supermercado fazer umas comprinhas básicas para a semana. Total da compra: R$40,99. Adivinhou, não é? Sim, dei uma nota de R$50,00 e recebi o troco de R$9,00. A estas alturas eu já havia deixado no mercado três centavos, que eram meus de direito. Aí você me pergunta: mas o que você compra com três centavos? Deixa de ser muquirana! Não, não deixo não! Se você compra uma mercadoria ou paga por um serviço que tem o preço fracionado em R$0,99 centavos, é obrigação do comerciante ou prestador de serviços ter um centavo para devolver o troco. Uma vez eu bati o pé ao passar minhas compras no caixa: eram três, não um centavo de troco. Claro que eu questionei com a moça: e meu troco? Ela respondeu que não tinha três centavos. Eu fiquei firme: mas eu quero meu troco! As pessoas na fila atrás de mim me olharam atravessado como que dizendo: essa deve ser mineira (e sou, com muito orgulho) para querer troco de três centavos! Como se a errada fosse eu! Errada ou não, empaquei a fila, enquanto a moça não chamou o ajudante com o troco, não arredei pé dali. Ora, lembra aqueles três centavos lá de cima? Pois somados com esses três agora dariam seis! Isso em apenas um dia, com apenas uma consumidora! Imaginem agora se, em uma cidade com três milhões de habitantes, um milhão deixasse de pegar seu troco de seis centavos?

Ftima
Enviado por Ftima em 21/12/2014
Reeditado em 21/12/2014
Código do texto: T5076234
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