Recaídas da vida.

Penso nas nossas recaídas,

aquelas marchas-a-ré que despertam quando queremos ir adiante,

fantasmas mortos e enterrados que despertam só pra atazanar

nossa vida.

Recaídas são traíras pra cacete,

quando tudo está legal, lá vêm elas balançar o coreto,

destrambelhar o que já estava no piloto automático.

Não há vitória sem recaída,

não dá pra conquistar novo pedaço sem, volta e meia,

temos que pisar naquele chão de novo.

Aquele chão que queríamos ver mais longe que tudo.

Recaída é, acho, um carimbo na gente dizendo que temos que olhar pra

trás, que não podemos esquecer as quebradas de cara,

as pisadas na bola, tudo isso fez parte do nosso show.

Digo mais, acho que recaída é o lastro para continuarmos no jogo,

um salvo-conduto que ficará sempre de prontidão pra mostrar

o rabicho que sempre teremos.

Deixá-la de lado é o mesmo que jogar no lixo cada coisa que deu certo

na vida, cada momento feliz que fomos capazes de desenhar,

cada vez que nos percebemos vivos e prontos pro que der e vier.

Com recaída ou sem recaída.

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