Mensagens que edificam - 05

Se algum dia lhe pedirem, por necessidade, algo que que tu não tens, o que você faria? Simplesmente diria não tenho? Apenas se compadeceria? Ou se envolveria e como gesto de profunda solidariedade tomaria para si a necessidade deste outrém e engrossaria essa voz que clama por auxílio? Quantos nesta hora carecem de alguma coisa. Coisa que para você talvez seja desprezível, não porque não valorizes, mas porque te sobra. Quantos neste momento clamam por um pedaço de pão, enquanto tens na mesa sobejos que provavelmente terão o lixo por despejo. É bem certo que o teu socorro não saciará a fome de todos os famintos desta terra, É certo também que não apenas de compaixão sobreviverão os que padecem, mas de ofertas. O que te pedem? Qual é o clamor que tu ouves? Qual é a voz que chega aos teus ouvidos? A voz da fome? A voz do frio? Da nudez? Da sêde? A voz da carência afetiva? A voz da dor? A voz do desatino? Que por mais alto que seja parece que poucos a ouvem. Na verdade sempre houveram os pedintes. Sempre houveram os bartimeus à beira do caminho e os coxos de Betesda, mas também sempre houveram os samaritanos de coração amável e mão estendida. O nosso Mestre no sermão da montanha disse que bem aventurados são os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Davi disse em um dos seus salmos que bem irá ao homem que se compadece e empresta e noutro salmo ele disse que o justo se compadece e dá com generosidade. Não importa se por empréstimo ou dádiva, a misericórdia será sempre uma atitude louvável e um gesto que expressa a dignidade e a sobriedade de quem sabe a importância da caridade. Eu poderia falar a língua dos homens e dos anjos, mas se não tivesse amor seria como o metal que soa ou como o sino que tine. Eu poderia ter o dom de profecia e conhecer todos os mistérios, e toda a ciência, e ainda ter toda a fé de maneira tal que transportasse os montes, e se não tivesse amor, nada seria. Eu ainda poderia distribuir tudo o que tenho para o sustento dos pobres, e ainda entregar o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. Se tivermos algo que possa ajudar é importante saber que mais do que dar, é dar com compaixão, é partilhar com amor no coração. É preciso saber que não somos donos de nada, apenas administramos o que nos foi permitido. Por isso mais uma vez aguço a sua meditação para esta indagação: Se algum dia lhe pedirem, por necessidade, algo que que tu não tens, o que você faria?