Agonia

A noite de verão tinha tudo para ser perfeita e fazer de um sonho algo bom. Tinha... Nesse dia, um passo seria dado: lembrança ecoaria por toda noite, inquietando a ele de tal forma que nem sequer deixaste dormir. Ouvia ele, em meio a pensamentos soltos o que esperava há tanto tempo... Um sonho tão real quanto ter acordado agoniado por não ser. Ela faceira, dizia olhando nos seus olhos que seguiria dali por diante sempre ao seu lado e que nada nem ninguém iria impedir que a felicidade deles se tornasse real. Ele explodia por dentro de tanta felicidade e nada melhor que o beijo pra eternizar esse momento...

E o “tic tac” do rádio relógio o fazia despertar assustado, sentindo o cheiro dela inundando e inebriando ainda mais o infeliz amante. Tão viva, porém tão vazia, era a presença (inexistente) dela ali... Somente o sonho lhe faria companhia, até que tudo se esclarecesse. Entre uma dose de café e outra os flashes do sonho iam e vinham na mente dele. Embriagado por um choro que não saía (e ainda não saiu), novamente adormeceu. E enfraquecido, remeteu ao sonho, detalhe por detalhe, até chegar ao ápice, no beijo e acordar novamente...

A força de um amor em xeque, lutando por si só pra provar a eles mesmos o quão capazes de se amar eles são... E a pergunta se faz mais presente: Até aonde a razão deve ir quando o assunto é sentimento? Reféns de suas próprias consciências seguem eles, vivendo um amor onde se pode tudo, menos deixar que o outro se vá. Um amor mais forte que qualquer outro já sentido antes. Um amor de entrega, de surpresas, dos mais sinceros sentimentos. Outrora dito nas entrelinhas, um amor em linha fina. Necessário pra equilibrar inclusive as brigas, as idas e vindas de um casal que tem tudo pra ser feliz, menos o pulso de tomar as rédeas dessa relação.

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 17/12/2014
Reeditado em 17/12/2014
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