O beliscar dos sonhos
Quando era garoto julgava que o Universo era infinito e sonhava com isso, com a possibilidade de se viajar sem nunca se ver o fim da paisagem, de viajar por algo que não tinha fim...
A primeira pessoa que me disse o contrário foi uma professora de matemática, quando me tentava explicar o conceito de infinito e finito, dando como exemplo do que era finito o Universo, para minha grande revolta e indignação.
Eu continuei na minha, embora desiludido.
Mais tarde, na adolescência, ao estudar física comprovei que a professora tinha razão, mas ficou-me sempre um travo de alguma amargura pela professora ter desfeito de uma forma abrupta e nada delicada a minha primeira ilusão, ter beliscado parte dos meus sonhos.
Em suma, um professor nunca deve iludir os seus alunos, deve sempre esclarecer estes, mas nunca, em hipótese alguma deve beliscar os seus sonhos...