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Nem sei dizer o que senti quando recebi de presente uma caixinha de madeira pintada e com sapatinho azul colado nela, meu  sobrinho de treze anos fez questão de me dar, pois fora ele que fizera, alguns podem dizer que não é nada, uma simples caixa, sim é uma simples caixa, mas o amor que veio dentro dela, o carinho que compõe cada pedacinho dela e a gratidão impregnada a faz uma caixinha diferente de todas as outras. 
A mãe dele é uma pessoa tão doente, tão sofrida, que quando meu irmão faleceu deixando-a com quatro filhos pequenos, isto há 12 anos atrás, achei que ela não iria suportar,  ainda mais sem pensão alguma, mas quem me dera ter a metade da força dela. Nós ajudamos com uma quantia todo mês, mas sabemos que tudo é caro e dificil, e mesmo assim com toda dificuldade que eles vivem, nunca os vi reclamar e nem se queixar por tanta miséria, chega a dar vergonha por tamanha resignação, e  as caixinhas eles começaram a fazer para vender e ajudar nas despesas, então nem é pelo dinheiro, é pela maneira que se é lembrado, de maneira especial e com um sorriso nos lábios que diz tudo, pela satisfação no olhar, não há necessidade de palavra alguma, não há dinheiro no mundo que compre isto.

O melhor presente não é o mais caro, o mais valioso, é aquele que não tem valor material, pois o  valor sentimental supera qualquer preço, não há como avalia-lo e nem como comprá-lo, vem de dentro da alma, é puro.













 
Morgana Mi
Enviado por Morgana Mi em 14/12/2014
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