CHUVA QUE FAZ PENSAR

Bem cedo, próximo das sete horas da manhã levantei e fui até a janela, lá fora caia chuva fina, dos telhados desceram alguns gatos procurando abrigo, certamente a chuva iria engrossar.

Dei-me conta que não precisaria molhar as plantas, então teria mais alguns minutos para dedicar-me aos trabalhos artesanais, mas destas tarefas também fui dispensado, pois a parte de baixo da bancada que fica no fundo da garagem estava tomada por gatos, quase todos dóceis, exceto a vovó-gato, assim não convinha arriscar umas unhadas nas pernas, nem tão pouco atrapalhar o sossego deles.

Tive uma ideia, eu poderia programar alguma coisa, sei lá, quem sabe uma automação qualquer, afinal já sai da fase de prostração faz cinco meses e minha inteligência passa fervilhando. Acomodei-me frente ao computador e só então dei-me conta que faz mais de ano que não tenho ferramenta alguma de programação e que durante os últimos 15 meses somente assisti algumas aulas de tecnologia.

Lembrei-me de um amigo que dedicou grande parte da vida fazendo principalmente manutenção em equipamentos de comunicações e hoje planta alfaces abandonando definitivamente a eletrônica. De certa forma nos assemelhamos, ele cultivando alfaces e eu amizades.