Será tarde para um diário? - II

Terça, 24/10/2013

Que direi a ele, senão, "perdoa-me"?

"Perdoa-me por não ter me dado conta que te fazia sofrer.

Perdoa-me por crer que tinhas me esquecido.

Perdoa-me por não ter ficado perto, mesmo que apenas Amiga.

Perdoa-me, agora, por não ser capaz de seguir com essa ilusão que é a sua reaproximação.

Não me queira mal. Não me entenda mal.

Meu amor ainda é seu. E continuará sendo.

Mas aqui... guardado em meu peito e sem sufocar-me com o nó na garganta."

Mas,

E se ele não compreender?

Se não aceitar que não estou jogando tudo fora? Não estou.

Estou mantendo a salvo o que ainda temos.

Passei da idade de sonhar e sofrer como adolescente. E é exatamente o que sua volta me causou.

Diz que não criaremos culpa entre nós. Mas é tarde. Ela já existe. E é minha.

"Amor, fui eu quem te afastei, tola e egoísta que fui.

E, burra, sofri todos esses anos lamentando teres me deixado. Crendo que não me amavas, não me queria.

Mas é tarde para 'nós'. Já não somos somente tu e eu.

Ora temos muitos 'eles' em nosso viver.

Isto, ele há de compreender, e concordar.

Não podemos desapontar os que amamos; magoar as famílias que formamos.

Seria apenas, sofrer, outra vez.

"Amor meu,

Jamais te negarei minha mão que brinca com teus dedos

Meu abraço que o envolve dizendo: 'És bem-vindo!'

Meu olhar que o acolhe

Minha atenção, meu ouvir, meu colo.

Meu amor é teu para sempre.

Minha vida, não mais."

É isso.

Está feito.

E que nos reencontremos a qualquer hora, por acaso, sem pressa, e sem expectativas.

Jeanne Sousa
Enviado por Jeanne Sousa em 11/12/2014
Reeditado em 11/12/2014
Código do texto: T5065907
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