VOCAÇÃO PARA SERVIR
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Essa expressão “vocação para servir” em geral é aplicada a pessoas generosas. Principalmente depois de mortas. Fica parecendo predestinação. E quem é que não teria vocação para servir? Sem dúvida, na prática, existem pessoas abnegadas, desprendidas, muito prestantes e prestativas, sempre prontas a servir ao próximo, seja em algum trabalho voluntário ou na maneira de exercer uma profissão honesta, independentemente da área de atuação. Atendimento atento e atencioso ao aluno, ao cliente, ao usuário ou ao paciente é sempre uma forma de servir. Nesse sentido, todo o mundo tem vocação para servir. Já imaginaram se nossos políticos, pagos por nós, pensassem e agissem assim? Até num condomínio se pode e se deve ser prestativo. E há quem o seja. Mas, infelizmente, nem sempre é assim. Um condomínio às vezes é um deserto de pessoas que se acham com o domínio, e não com a coparticipação. Frequentemente atrapalhando em vez de ajudar, fazendo exigências descabidas, barulho excessivo, tiranizando vizinhos, síndico e porteiros, sujando mais que limpando, omitindo-se mais que servindo. Aliás, na prática, muitas instituições, inclusive religiosas, partidos políticos, associações e clubes, recreativos, esportivos ou de serviços, em geral pensam mais em si mesmos, quando não rechaçam outras agremiações e seus membros. Isso sem falar nas discriminações sociais.
São Tiago acertou na mosca: a fé sem obras é morta. Mais fácil que acertar na mosca é se deixar iludir pela mosca azul. No poema “Mosca Azul”, Machado de Assis narra os reveses de um pobre que um dia encontrou um inseto misterioso, encantou-se com o brilho que dele resplandecia e sonhou que era um rei, rico e poderoso. Tentou, então, garantir a posse da mosca aprisionando-a, mas acabou por esmagá-la entre os dedos. Frustrado, voltou ao seu ritmo de vida rotineiro e medíocre. E enlouqueceu.
Em tempo: a palavra ministro significa aquele que serve. Mito ou verdade?