De volta ao meu terno recinto. Para Amado Jorge.
Sobre como voltar para casa. Sobre como ler as palavras do seu autor predileto e admirá-lo descrevendo o mundo exatamente como seu coração vê. Aquele escritor que simplesmente traduz seu sentimento de mundo, ao mesmo tempo que compartilha essa mesma percepção. Nunca me vejo presa a ele, sempre busco o novo, retinas novas, ideias novas, saberes novos, mas quando ponho suas lentes enxergo tudo nítido, boêmio, ufanista e com lirismo embriagante. Vejo como gosto de ver.
Minha casa não é a Bahia, contudo compartilhamos da mesma ternura pela nossa cidade natal, com valorização e garra, da qual é igualmente forte e linda. Ele é um homem visionário, vivido e conhecedor do povo. Eu, mulher e vivo a aprender sobre as coisas do mundo e a buscar entender o outro, com sua peculiar vivacidade de ser um. Seus olhos são maduros, cansados e profundos, já os meus são curiosos, risonhos, apesar de sonolentos, e, sim, são a superfície de mim!
Morro de saudades e sempre voltarei a lê-lo.
Em literatura, apaixonadamente encerro este texto, mesmo sendo um ser inacabado, com o que me resta e o que me basta de você meu Amado, Jorge.