Sonhos

Era um rapaz que fabricava sonhos.

Doces, leves e encantadores.

Distribui sonhos e os trocava por abraços.

Não os vendia.

Entregava-os pelo bel-prazer de disseminar sonhos entre as pessoas.

Perambulava pelas ruas da cidade, nas praças e no comércio.

- Que louco aquele garoto não vender sonhos!

A quem não aceitasse seus sonhos. A quem os rejeitasse grotescamente. A quem nem os visse, por tamanha rapidez de seus passos.

Os que não eram entregues voltavam com o rapaz para sua casa. Não eram reaproveitados, nem iam para o lixo. Ficavam lá. Eram únicos.

O rapaz sentava-se horas frente aos sonhos esquecidos

- O que haveria de errado com aqueles sonhos?

Postava-se a fabricar mais tantos outros.

Distribuía-os no dia seguinte, e voltava com mais outros tantos.

Não conseguia entender por que tanto asco com os sonhos. Nem por que tanta pressa.

- Será que devo vendê-los para adquirirem valor? Trocá-los por dinheiro ao invés de abraços?

Que louco esse mundo onde tentam vender sonhos.

Samilly Sampaio
Enviado por Samilly Sampaio em 07/12/2014
Código do texto: T5061154
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