Tentando conexão

Não posso blasfemar contra algo tão intrínseco quanto a afirmação de que creio sim que algo comande o Universo, sim, uma força motora, um ser superior que ri faceiro de nós grãos de mutabilidade e mesquinhez.

A crença que tenho perpassa toda a religião que é formada por dogmas e rituais, sabe, acho que pareço ainda com Henrique VIII que criou o anglicanismo, a Igreja para chamar de sua... Não quero e nem posso dizer com isso que faço juízos de valor com as outras religiões, mas é que a minha relação com o transcendental é única demais, não necessita de entendimento ou decodificação, muito menos cantos ou sacrifícios, saber de toda a minha vida e ter depositada minha esperança no amanhã já é intimidade suficiente.

Acredito que a crença limite em meu contato com o mito, valore-o com sofrimentos carnais, prive-o quando peco... Afinal de contas aquele que escreveu o que era o pecado e que curará minha chaga também não é humano? Fica a dúvida...

Tive tempo pra viver um pouco mais e voltei, é, voltei porque não me senti completando essas linhas, retorno a escrita porque morri um pouco nesse meio tempo, a vida tem dessas mortes diárias que a gente só ressuscita quando há um "estalo" te chamando dessa submersão...

Sinto que desviei um pouco do que pretendia colocar, mas em verdade tenho que dizer, nunca há um tema a se escrever, mas uma inquietude, nunca há um ponto final mas uma respiração, as vírgulas são tempos de morrer, as letras maiúsculas um sinal miraculoso de uma ressurreição.

Enquanto a vida anda árdua assim, prefiro ter meus símbolos e minhas crenças nas letras e sua vaguidão a conseguir uma explicação para as religiões. Amém, Oxalá, Shana Tovah

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 06/12/2014
Código do texto: T5060193
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