Cadê Gabriel?
"Ver seu time voltar pra Série A, é como ver parente saindo da cadeia: você comemora, mas tem vergonha."
Autor desconhecido
Autor desconhecido
Vasco de volta à primeira divisão e eu não pude deixar de lembrar dessa história, de quando ele caiu no ano passado:
- Cadê o Gabriel?
- Ué!? Tava há pouco comigo, vendo o futebol...
- Rafa, viu o Biel?
- Não.
Começam a chamar:
- Biel!?
- Gabrieeeel!?
- Manoooo!
- Você brigou com ele? - ela perguntou.
- Claro que não.
- Será que ele saiu?
- Não. O portão está trancado. Já olhou no quintal?
- Já!
- Bom! Ele tem que estar em casa...
- Gabri-e-el!
- Bieeeeeeel!?
- Manoooooo! - já chorando.
- Não chora, meu amor. Ele deve estar por aí, talvez tenha adormecido brincando. - ela diz, abraçando a criança, buscando também tranquilizar-se.
- Olha na lavanderia!
- Já olhei! Olhou na garagem?
- E nos quartos deles, no nosso, nos banheiros, na cozinha...
- Vamos recapitular. Vocês estavam vendo o jogo...
- O jogo acabou. Eu estava chateado: o Vasco perdeu. Resolvi tomar meu banho. Foi quando você chegou proc... - ele para. Pensa ter escutado alguma coisa.
- O que f...? - ela tenta perguntar e ele sinaliza para que ela se cale.
De repente, um soluço. Baixinho, quase inaudível.
- Atrás do sofá!! - gritam os dois, em uníssono.
Ele puxa o sofá. Lá está a criança, banhada em lágrimas sentidas, encolhida entre o móvel e a parede. A mãe, aliviada, puxa o menino de lá, perguntando:
- Bebê! O que houve, meu amor?
- Ué!? Tava há pouco comigo, vendo o futebol...
- Rafa, viu o Biel?
- Não.
Começam a chamar:
- Biel!?
- Gabrieeeel!?
- Manoooo!
- Você brigou com ele? - ela perguntou.
- Claro que não.
- Será que ele saiu?
- Não. O portão está trancado. Já olhou no quintal?
- Já!
- Bom! Ele tem que estar em casa...
- Gabri-e-el!
- Bieeeeeeel!?
- Manoooooo! - já chorando.
- Não chora, meu amor. Ele deve estar por aí, talvez tenha adormecido brincando. - ela diz, abraçando a criança, buscando também tranquilizar-se.
- Olha na lavanderia!
- Já olhei! Olhou na garagem?
- E nos quartos deles, no nosso, nos banheiros, na cozinha...
- Vamos recapitular. Vocês estavam vendo o jogo...
- O jogo acabou. Eu estava chateado: o Vasco perdeu. Resolvi tomar meu banho. Foi quando você chegou proc... - ele para. Pensa ter escutado alguma coisa.
- O que f...? - ela tenta perguntar e ele sinaliza para que ela se cale.
De repente, um soluço. Baixinho, quase inaudível.
- Atrás do sofá!! - gritam os dois, em uníssono.
Ele puxa o sofá. Lá está a criança, banhada em lágrimas sentidas, encolhida entre o móvel e a parede. A mãe, aliviada, puxa o menino de lá, perguntando:
- Bebê! O que houve, meu amor?
- O Vasco perdeeeeeeeuuuuuuuuu! - e desaba em choro convulso.
Depois de passar uma semana amuado, um dia, finalmente, ele volta satisfeito da escola e declara:
- Não vou mais torcer pro Vasco. Resolvi mudar pra um time que não fica caindo pra segunda divisão.
- É, bebê? E qual é o seu time agora?
Encheu o peito:
- Agora, sou Botafogo!
Texto publicado no Alô Brasília de hoje, reeditado do texto homônimo publicado neste Recanto em 18/04/2008.
- Agora, sou Botafogo!
Texto publicado no Alô Brasília de hoje, reeditado do texto homônimo publicado neste Recanto em 18/04/2008.