O Flamboyant, o Natal e Eu
Por carlos Sena
Por carlos Sena
Eu, quando meninote em Bom Conselho, adorava esperar o natal. Apesar do miserê, natal era Natal e pronto! Fato é que eu e tantos outros aguardávamos as festividades com muita expectativa. Muitas vezes eu insistia perguntado a mamãe se estava perto ou longe, mas mesmo com as respostas dela eu não me satisfazia. Belo dia, na escola, escutei a professora dizer que os índios contavam os anos guardando castanhas de caju. Porque como o caju só dá uma vez no ano então a soma das castanhas era a quantidade de anos que um índio tinha. Isso me levou a observar que sempre que os flamboyant floriam, na frente da igreja matriz da cidade, logo o natal chegava. Batata! Deu certo! Toda vez que o flamboyant floria o natal tava nas beiras.
Hoje não sei se mudei ou mudou o natal. Talvez as duas coisas, mas, ainda hoje eu adoro ver os flamboyants florindo. Anunciam eles que
dentro de mim o natal não morreu. Portanto, se um filho seu lhe perguntar se tá perto de chegar o natal mostre um flamboyant e lhe conte essa história. Desculpe, mas eu não sei se seu filho tem tempo de olhar as árvores. Talvez ele não se desgrude do celular, da TV, do tablet, do iPhone, do iphed. Mas, quem sabe não dá certo?