NÃO NOS CALEM! O QUE FIZEMOS (PERIQUITOS MORTOS)
Mataram meus periquitos!
“Meus” porque os adotei como tema de crônicas e pormas que escrevo e publico! “Meus” porque os quero livres e cantantes, voando de galho em galho, indo de um lugar ao outro, sempre em busca de alimentos. O que os chamados “seres humanos” fizeram contra “meus” periquitos verdes, que só cantavam felizes e eu os apreciava pela janela da cozinha, no Mundi? Muitos de uma única vez, amanheceram mortos!
Nas redes sociais de Manaus, principalmente no facebook, todos se perguntam: o que os periquitos teriam feito para merecerem morrer de forma tão estúpida e desumana? Mas sem obter resposta. Há suspeita que teriam sido envenenados, assassinados barbaramente. Mas quem estaria tão incomodado, ao ponto de ter a ideia tão idiota e covarde de querer matá-los envenenado? Enquanto cantavam e voavam de um lado para outro em desespero, muitos morrem porque brigam disputando alimentos, mas não tantos de uma só vez como ocorreu agora! Houve protestos, passeata e manifestações de repúdio de políticos, advogados e autoridades. Mas ninguém sabe até agora dizer o que houve com os periquitos asa branca. Eram só mais um periquito verde estendido no chão preto do asfalto negro da morte e nada mais!
Que mal teriam feito aos homens, além de cantar a plenos pulmões protestando contra a destruição de seus espaços onde se aninhavam e se amavam sem fazer qualquer barulho? Estou de luto e o canto dos periquitos estão agora como se fosse um lamento triste pela morte de seus irmãos de asa branca! O que fizeram com os periquitos que me acordavam com seus cantos e voavam alegres de uma árvore a outra, parecendo um balé orquestrado, obedecendo ao comando de alguém? Avisto de graça esse espetáculo da natureza pelo vidro transparente da janela de minha cozinha do Mundi, que sinto prazer em mostrar a quem me visita e que me serviu como fonte de inspiração para várias crônicas que escrevi? Ainda bem que eram muitos e ainda restaram inúmeros para cantar na árvore, voar livres, entrar e sair do galho da árvore como se fosse a bateria mirim da Escola de Samba Reino do Amanhã!
Centenas de periquitos asa branca amanheceram mortos. Muitos foram recolhidos do meio da Avenida Efigênio Sales. Teriam colocado veneno na tela que protege as palmeiras no condomínio à frente do meu, Efigênio Sales? Um único periquito que recolheram vivo do galho de uma árvore estava muito triste quando foi levado para se recuperar. Mas olhava copiosamente para seus irmãos mortos, alguns atropelados cambaleantes por carros em alta velocidade ao cair na pista da Avenida. Outros já caíram mortos e nem sentiram quando os automóveis lhes esbagaçavam com seus pneus!
O que fizeram com “meus” periquitos asa branca?
Uma pessoa que os recolhia para vendê-los, me informaram, fora preso por uma viatura policial que passava na ocasião. Perguntado o que faria com os periquitos dentro de uma caixa, teria respondido: “Vender e ganhar dinheiro porque dá uma boa alimentação”. Foi preso! Montagens inteligentes e criativas, com fotos de periquitos, circularam pelas redes sociais e diziam: “Não nos calem”. Outra, com a ave com as asas abertas indagava: “Pai, o que fizemos?” É isso mesmo! Por que calar o canto dos periquitos asa branca? O que eles fizeram contra os seres humanos malvados? Nada! Nós somos os invasores de seus espaços!
Mas o que teriam feito “meus” periquitos verdes desesperados pela ocupação de seus espaços, para merecerem um castigo tão cruel? Cientificamente, o laboratório ainda não forneceu respostas seguras. Estou de luto, mas ainda acordo pela manhã ouvindo os bravos cantos dos periquitos teimosos e resistentes, que voam, entram e saem do galho da árvore e eu imagino-os como se fossem movidos por um maestro invisível ou pelo apito de um mestre de escola de samba ao entrar e sair da área de recuo da bateria da Escola de Samba Mirim do Reino Unido da Liberdade, que a irmã Nirvana Beira-Mar, do presidente da Escola de Samba Reino Unido da Liberdade, Jairo Beira-Mar ficou de pegar-me domingo, dia 3/11/ 2012 à tarde para voltar ao bairro que me viu nascer, mas que eu não o conheço mais e não ele me reconhece como seu filho!
Os periquitos são meus! Os adotei como tema de crônicas e poemas que tenho escrito e publicado no blog, mas só para que continuem voando livres e soltos, transformando meu dormir mais calmo e tranquilo, mesmo com o barulho e algazarra que promovem, mas que é um sonoro canto de felicidade para mim, transformado em tristeza agora! Eu não me incomodo e gosto de ouvi-los. Em silêncio, vou sempre olhar para ver se, pelo menos, um continua cantando e os vejo, mesmo que seja um “último dos moicanos” que resiste bravamente contra a dizimação de sua raça!