Cascudos, grumatãs e dourados
Tenho no meu círculo de amizade, uma bióloga. Muito querida. Quando me questiono sobre questões nessa área de estudo costumo consulta-la. No momento estou com uma dúvida, em relação a fauna íctica, especialmente os peixes dos rios e suas posições na cadeia alimentar. Mas especificamente na localização do grumatã.
Sei que o dourado é um peixe nobre e que está no topo da cadeia. No topo pois, depois dele, só ele. Ou seja, nobre come nobre. Diferente do cascudo que sei que se alimenta de micro organismos ao sugar pedras do leito do rio. Desse conhecer é possível deduzir que o cascudo é uma espécie faxineira. Mas e o grumatã? Não é dourado, mas não está pra cascudo. Será que come excrementos? O que defeca?
Se assim for se encaixa na quela máxima de generalização apressada: São tudo grumatã.
Estamos sendo assolados por notícias sobre o Petróleo é Nosso. Sim, hoje mais amplas e completas. Tivemos o tempo de uma seletividade aguçada. Mas confesso que não entendi a estratégia de exploração do petróleo é nosso em detrimento de outras fontes alternativas. Eu não entendo. E o aquecimento global? Porque um investimento na exploração de uma reserva acima do Sal se no país existem outras alternativas?
Porque abandonar a estratégia de hidrelétricas com reservatórios que colocam o país em destaque no mundo como matriz elétrica sustentável?
Não devemos esquecer que ONGs, internacionalmente conhecidas, financiadas com suculentas somas oriundas do setor petrolífero, fazem eco ao impacto dessa histórica opção brasileira, sobre povos indígenas, florestas... Mas é a emissão de CO2 com acionamento de térmicas? Olha o estardalhaço financeiro que vai sobrar pro consumidor depois desse ano de secas no sudeste e centro oeste.
Custo a entender... não porque me falta discernimento, mas porque me falta informação.
Está bom... o petróleo é nosso mesmo, temos que aproveitá-lo da forma mais racional possível, assim como as reservas minerais a Amazônia. Mas o que está acontecendo?
Ainda vou queimar minha língua. Estou um pouco receoso e um tanto descrente. Confesso que meu instinto e minha autoconfiança estão definhando. Não consigo mais manter um raciocínio lógico. O que consigo perceber são lógicas que servem a qualquer coisa, a quaisquer grupos.
Um sexto da população não tem alimentos. Foi o Francisco quem falou. Por outro, há uma epidemia de obesidade no primeiro mundo!!!!
É desconcertante.
O Pais em uma estratégia fenomenal, movimenta a indústria petrolifera internacional, e o que vem a tona...só Grumatã.
Eu queria construir um país, quando era jovem. Não faz muito ainda batia na mesa e bradava por uma unidade nacional com diminuição das diferenças, políticas públicas, mas a cada dia vejo uma nação segmentada, constituída por inúmeros puzzles. Ainda se fossem lado a lado, mas estão sobrepostos, muitas camadas, sinal de muitos brasis.
A bigorna suspensa despencou quando na Assembleia do Estado do Rio Grande do Sul, aprovaram um projeto de aposentadoria para os deputados, aposentadoria especial, com argumentos de que são eles trabalhadores e estão desassistidos de uma previdência... O teto do regime geral 4,3 mil é insignificante segundo eles. Ai está o embrião de um brasilsinho. Podia falar do auxilio moradia do judiciário, da recuperação das perdas salariais dos federais que vão aprovar agora nesse dezembro 22% ... Enfim, brasis que vão se criando, se sobrepondo.
Me pergunto da onde? Só pode ser tudo grumatã.
E os cascudinhos...não sei se sobrevivem. Os dourados... dobraram nos últimos 4 anos.