Subtraindo

Eu deveria estar estudando Matemática. Deveria estar conversando com meus amigos, tentando encontrar soluções para os meus problemas. Deveria estar lendo algum exemplar do Oscar Wilde. Deveria estar comendo bolo de milho cremoso e tomando café. Deveria (ou poderia - a rima é a mesma) estar fazendo outras coisas, mas preferi ouvir Beatles e fazer aquilo que faço sempre: escrever.

Não é novidade o meu estado nesse momento - e nos últimos meses: tenho sentimentos por alguém cuja recíproca não é verdadeira e, por consequência disto, minha mente encontra-se quase que todo o tempo ocupada com o mesmo assunto, o que dificulta a sobrevivência nossa de cada dia.

Decidi (não sozinha) reverter isso e ter o controle da situação; sei que é difícil, entretanto, não dá pra levar adiante tampouco esperar por você a vida toda. Preciso me pôr em primeiro plano e, quando nada se encaixar mais, procurar por um novo quebra-cabeça.

Hoje, inclusive, foi um dia diferente. Enquanto estou escrevendo, lembro de quando te vi há poucas horas e ainda tinha uma certa afeição escondida naquela minha postura; lembro, também, que você (por alguma razão) ignorou-me por completo.

É por querer o meu bem que irei te esquecer. Não será fácil, mas será menos complicado por ser necessário tal atitude. E, com o tempo, voltará a ser como antes.

As pessoas próximas a mim ficarão agradecidas: tocarei menos no seu nome. Minha mente terá um espaço maior para armazenar informações. Meu coração estará livre para amar um outro alguém - que faça por merecer. Meus sorrisos terão outros motivos. E a vida seguirá, por fim, em paz.

Verei filmes (assistirei os que prometi ver há tempos); lerei os livros que não sejam de autoajuda, adicionarei outros à minha lista interminável. O narcisismo será mais forte; o espelho será uma companhia indispensável. As músicas terão um sentido mais amplo. Toda soma será bem-vinda.

Finalizo essa cronica tendo como ideia principal aquilo que desde o começo me persegue: desperdicei um afeto verdadeiro com a pessoa errada.

Mas haverão outros amores.

LarissaRodrigues
Enviado por LarissaRodrigues em 27/11/2014
Reeditado em 27/11/2014
Código do texto: T5050899
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