JOSELITO E O ARCO-ÍRIS

Joselito adormeceu com o barulho da chuva. Os pingos d'água batendo no telhado rústico e frágil pareciam uma canção de ninar que embalavam o sono do menino cansado.

Assustado o menino acordou, pulou da cama, pois através das frestas da casinha azul de janelas brancas, viu que ainda era dia e a chuva já tinha ido embora.

Eram cinco horas da tarde. De uma bonita tarde de sábado e o céu era cortado por um lindo arco-íris. O menino gostava de olhar o céu e ver a faixa colorida que atravessava o espaço e terminava lá onde dizia a mãe, havia um pote de ouro.

Em sua simplicidade e inocência, Joselito não se interessava pelo tesouro do fim do arco-íris. Para ele o amarelo lembrava a gema do ovo; o sol; o girassol. O vermelho, era a cor das rosas que a mãe tanto cuidava, mas era também a cor do sangue que escorria pelas mãos de Jesus. Crucificado, lá na igreja. O verde, ah o verde!!!Ele via todos os dias esse verde que inundava os campos que rodeavam o vilarejo. Mas verde também eram os olhos de Maria Rita, a menina mais bonita que frequentava a igreja na missa dominical. A menina tinha um vestido branco, com fitas de seda verde. A mesma fita que, combinando com a cor de seus olhos, prendia as duas tranças que caindo pelas costas aproximavam-se da cintura da menina. Maria Rita sentava-se no primeiro banco da igrejinha, bem a frente, logo atrás sentava-se Joselito, cujo interesse maior era a visão da menina, naquele que ele saiba ser um templo do Senhor.

A presença do arco-íris, muito mais que um pote de ouro, despertava em Joselito a certeza de que viria um domingo sem chuva, e que não molharia, é claro, o visto branco de Maria Rita....

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 26/11/2014
Reeditado em 06/12/2014
Código do texto: T5049813
Classificação de conteúdo: seguro