Dois nomes que se completam e vão além do tempo!
Quero escrever uma pequena crônica-homenagem a um dos poetas que aprendi a apreciar junto com meus alunos, ele que, tinha uma inteligência acima do padrão desde criança, mas, não foi valorizado. Ele conseguiu um emprego que nem sequer o possibilitou usar um décimo de sua capacidade intelectual, discriminado, passando fome junto com seus familiares, terminou atacado pela "doença dos poetas", a tuberculose, que matou com ele, toda sua família. Seu nome CRUZ E SOUZA; reconhecido junto a Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do mundo, formando a "grande tríade harmoniosa". Veja a musicalidade e a beleza destes versos de um dos seus poemas:
Violões que choram_ Cruz e Souza
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas...//
A benção Cruz e Souza um “Poeta Brasileiro!”. Junto aos seus versos Cruz e Souza o Sarau Literário Sarau Literario Piracicabano propaga a voz de THEREZA ALVES, essa mensageira dos versos escritos pelos poetas para serem floridos pelas notas musicais, cantando o amor e a saudade. Seresteira e violão são inseparáveis na vida insuflada pela música.
...Sutis palpitações à luz da lua.
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos...
E na voz aveludada da cantora a manifestação da alma compulsiva da deidade fundindo seu corpo junto aos versos nesta arte libertária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe, a musicalidade, a vida! O real se forma no mundo espiritual do “Poeta e da Cantora”, gosto de lembrar de uma critica ao poema em que, reflete o espaço noturno, como se os versos servissem para jogar luz no caminho do leitor. E ‘Violões que choram’ esbanja luz.
”O poema todo é um campo luminoso, que traz consigo a “lua cheia”, as “estrelas mágicas” e um rastro de cores e sons que preenchem toda a noite. É um poema sinestésico, em que o poeta grita com o corpo todo, como um violão que chora, que grita luz...” Gilberto G. Pereira. Neste dia da graça de 18 de Novembro, em torno de uma atmosfera romântica de um sarau, a cultura lítero-musical fornece o elemento essencial para esta homenagem ao nosso poeta Cruz e Souza a cantora Thereza Alves Herler. Mensageiros da alma humana.