CARRASCO DE MIM
Em muitos momentos, penso em não desejar nada mais. Por vezes concluo que já tenho desejos demais, vontades demais, anseios em demasia.
Não desejo fazer muito além do que faço, do que meus braços alcançam. Do que meus olhos enxergam e as circunstâncias me permitem.
Contentar-me-ia em não mais fazer as tantas coisas que me impedem de obter e usufruir do tudo que já conquistei, do que a vivência e a convivência já me oferecem.
O tempo vai passando, vou descobrindo mais e mais explicitamente, que meus vícios e mesmo as simples vontades incontidas, é que me negam o que já tenho, que me cerceiam o prazer das realizações idealizadas.
Complexo sim. Poético é que não é. Filosófico quem sabe. Pelo menos para quem costuma buscar um gato preto numa sala escura. E exatamente na sala onde o gato preto não está. Nunca esteve.
Se entendermos e admitirmos que queremos demais e que muito desse querer é que impedem a realização de tantas outras vontades, quem sabe o quarto escuro se ilumine, o gato preto se transforme em branco e magicamente venha estar no exato espaço em que eu o procure.
Quem sabe precise de uma pitada de conformismo. Sim. Por muitas e muitas vezes somos nossos próprios carrascos, ameaçando nossos próprios pescoços com vontades demasiadas e improváveis.
Quem sabe eu seja meu próprio carrasco, querendo coisas que sejam exatamente a guilhotina que me impede de realizar tantos desejos palpáveis, possíveis, exequíveis.
Em muitos momentos, penso em não desejar nada mais. Por vezes concluo que já tenho desejos demais, vontades demais, anseios em demasia.
Não desejo fazer muito além do que faço, do que meus braços alcançam. Do que meus olhos enxergam e as circunstâncias me permitem.
Contentar-me-ia em não mais fazer as tantas coisas que me impedem de obter e usufruir do tudo que já conquistei, do que a vivência e a convivência já me oferecem.
O tempo vai passando, vou descobrindo mais e mais explicitamente, que meus vícios e mesmo as simples vontades incontidas, é que me negam o que já tenho, que me cerceiam o prazer das realizações idealizadas.
Complexo sim. Poético é que não é. Filosófico quem sabe. Pelo menos para quem costuma buscar um gato preto numa sala escura. E exatamente na sala onde o gato preto não está. Nunca esteve.
Se entendermos e admitirmos que queremos demais e que muito desse querer é que impedem a realização de tantas outras vontades, quem sabe o quarto escuro se ilumine, o gato preto se transforme em branco e magicamente venha estar no exato espaço em que eu o procure.
Quem sabe precise de uma pitada de conformismo. Sim. Por muitas e muitas vezes somos nossos próprios carrascos, ameaçando nossos próprios pescoços com vontades demasiadas e improváveis.
Quem sabe eu seja meu próprio carrasco, querendo coisas que sejam exatamente a guilhotina que me impede de realizar tantos desejos palpáveis, possíveis, exequíveis.