Só para contrariar, começo essa crônica pelo fim da tarde de 06 de novembro, abrilhantada pelos autógrafos dos pequenos grandes autores do Crianças e Jovens do Rio Grande Escrevendo História, na famosa Feira do Livro da Capital Gaúcha, no momento em que me pego, como quem não quer nada com nada, querendo tudo sobre antigos e novos lançamentos, Quintanafeirando com minha colega e escritora Gelcí Teresinha Quevedo Agne, pisando no mesmo chão em que nosso poeta Mário perdia e achava tempo para ser simplesmente feliz, num Porto, também, muito Alegre.
Apesar do sacolejamento de final de feira, carregando nove livros, a preços compráveis por professores de escola pública, de múltiplos “autocores”, de aromas mil e texturas cobiçando meus dedos a folheá-los a cada instante, entre uma estante e outra, sem perder, é claro, a aventura de cumprimentar Josué Guimarães, agradecer Rubem Alves, perguntar do Chicó para Suassuna, reverenciar Moacyr Scliar, perguntar ao Ubaldo se conselheiro come no céu dos escritores, dizer da educação do Rio grande a Freire... Quintalorando poesias bem fáceis de lembrar, quando se está em êxtase, no meio de uma multidão fissurada na arte de adentrar sorrateiramente, pelas páginas convidativas dos livros, que falam de tudo um pouco... tolices humanas, amores silenciados, justiças gritadas, crueldades lamentadas, acalentos para a alma, utopias derrubadas, esperanças acesas... que levam os leitores ao fim do mundo... muito além da imaginação... ou talvez... ao começo de novas planícies, para dar conta das andanças necessárias à vida!
Lembram do contrariado início?!
Pois é... Naquela alvissareira manhã, no saguão central da Secretaria Estadual de Educação... Algazarras merecidas, misturadas aos flashes das máquinas fotográficas e o brilhante tesouro da autoria, iluminando para sempre os olhos e a alma desses autores, cujo nascedouro é a Escola Pública Estadual, para orgulho de seus professores, coordenadores regionais e dos idealizadores da Seduc, que colocaram muita energia positiva no projeto de mais essa edição, em dois mil e quatorze, para que as crianças e os jovens do Rio Grande do Sul escrevessem suas belas e significativas histórias e tudo saísse com a valorização e o destaque pedagógico merecidos.
Subitamente... Silêncio solicitado e prontamente atendido pela mistureba de alunos; há bem pouco anônimos, patrono da Feira do Livro, jornalistas enfileirados, autoridades... (... e eu, só de lembrar agora, me arrepio...) Soltam o som introdutório do Hino Nacional Brasileiro, que até mesmo antes de juntos cantarmos o “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas...”, já ouvíamos o pulsar acelerado do próprio coração, com o coletivo dos outros corações ali presentes, às margens agitadas das águas da emoção, de ver consolidada a igualdade de oportunidade para educandos e educandas, na maioria de periferia, para exercerem a liberdade de expressar seu pensamento, de dizer a sua palavra, seja de medo ou de coragem, para si mesmos e, principalmente, aos excluídos, que como cada um desses ousados escritores, precisam de muitas vozes de apoio e muitas vezes sejam ouvidos pela família, pela escola e pela sociedade.
Só para constar... Saudosista de dias semelhantes vividos no mesmo local por mim e já no vão das linguagens, lembro-me que em dois mil e quatro a aluna; Isabel, depois de amplamente trabalhado o Projeto “Sem água não existe vida”, entrou para a história como escritora, nesse mesmo maravilhoso projeto educativo promovido pelo Estado, com seu “Rap da Água”, formatado na página oitenta e sete, do livro Crianças do Rio Grande Escrevendo História, daquele ano, para orgulho que fez muito bem à Escola D’Amore, ao Bairro Floresta, à Cidade de Carazinho e ao Estado do Rio Grande do Sul e, diga-se de passagem, a mim; sua professora de Português e, sem dúvida alguma, à educanda e sua família.
A alegria sem igual de aportar na capital com mais uma autora, desta vez assessorada pela professora Dalvaci T. Loureiro de Mello, com uma educanda Kaingang; Kauana Lima Inácio, 6º Ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Indígena Fág Kavá, de Ronda Alta, da abrangência da 39ª Coordenadoria Regional de Educação, muito nos honrou com sua valorosa contribuição literária, através do texto da página setenta e três: “Preconceitos da Vida”, da edição deste ano.
Bem no finalzinho da tarde, antes de voltarmos para o Hotel do Cpers, depois de mais algumas, das muitas pernadas na escadaria do Camelódromo, minha amiga e eu nos deparamos e nos extasiamos com o hall de entrada deste, decorado com famosas e belíssimas poesias do nosso querido Mário Quintana e, com uma delas encerro essa inesquecível experiência na Feira do Livro em Porto Alegre.
Apesar do sacolejamento de final de feira, carregando nove livros, a preços compráveis por professores de escola pública, de múltiplos “autocores”, de aromas mil e texturas cobiçando meus dedos a folheá-los a cada instante, entre uma estante e outra, sem perder, é claro, a aventura de cumprimentar Josué Guimarães, agradecer Rubem Alves, perguntar do Chicó para Suassuna, reverenciar Moacyr Scliar, perguntar ao Ubaldo se conselheiro come no céu dos escritores, dizer da educação do Rio grande a Freire... Quintalorando poesias bem fáceis de lembrar, quando se está em êxtase, no meio de uma multidão fissurada na arte de adentrar sorrateiramente, pelas páginas convidativas dos livros, que falam de tudo um pouco... tolices humanas, amores silenciados, justiças gritadas, crueldades lamentadas, acalentos para a alma, utopias derrubadas, esperanças acesas... que levam os leitores ao fim do mundo... muito além da imaginação... ou talvez... ao começo de novas planícies, para dar conta das andanças necessárias à vida!
Lembram do contrariado início?!
Pois é... Naquela alvissareira manhã, no saguão central da Secretaria Estadual de Educação... Algazarras merecidas, misturadas aos flashes das máquinas fotográficas e o brilhante tesouro da autoria, iluminando para sempre os olhos e a alma desses autores, cujo nascedouro é a Escola Pública Estadual, para orgulho de seus professores, coordenadores regionais e dos idealizadores da Seduc, que colocaram muita energia positiva no projeto de mais essa edição, em dois mil e quatorze, para que as crianças e os jovens do Rio Grande do Sul escrevessem suas belas e significativas histórias e tudo saísse com a valorização e o destaque pedagógico merecidos.
Subitamente... Silêncio solicitado e prontamente atendido pela mistureba de alunos; há bem pouco anônimos, patrono da Feira do Livro, jornalistas enfileirados, autoridades... (... e eu, só de lembrar agora, me arrepio...) Soltam o som introdutório do Hino Nacional Brasileiro, que até mesmo antes de juntos cantarmos o “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas...”, já ouvíamos o pulsar acelerado do próprio coração, com o coletivo dos outros corações ali presentes, às margens agitadas das águas da emoção, de ver consolidada a igualdade de oportunidade para educandos e educandas, na maioria de periferia, para exercerem a liberdade de expressar seu pensamento, de dizer a sua palavra, seja de medo ou de coragem, para si mesmos e, principalmente, aos excluídos, que como cada um desses ousados escritores, precisam de muitas vozes de apoio e muitas vezes sejam ouvidos pela família, pela escola e pela sociedade.
Só para constar... Saudosista de dias semelhantes vividos no mesmo local por mim e já no vão das linguagens, lembro-me que em dois mil e quatro a aluna; Isabel, depois de amplamente trabalhado o Projeto “Sem água não existe vida”, entrou para a história como escritora, nesse mesmo maravilhoso projeto educativo promovido pelo Estado, com seu “Rap da Água”, formatado na página oitenta e sete, do livro Crianças do Rio Grande Escrevendo História, daquele ano, para orgulho que fez muito bem à Escola D’Amore, ao Bairro Floresta, à Cidade de Carazinho e ao Estado do Rio Grande do Sul e, diga-se de passagem, a mim; sua professora de Português e, sem dúvida alguma, à educanda e sua família.
A alegria sem igual de aportar na capital com mais uma autora, desta vez assessorada pela professora Dalvaci T. Loureiro de Mello, com uma educanda Kaingang; Kauana Lima Inácio, 6º Ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Indígena Fág Kavá, de Ronda Alta, da abrangência da 39ª Coordenadoria Regional de Educação, muito nos honrou com sua valorosa contribuição literária, através do texto da página setenta e três: “Preconceitos da Vida”, da edição deste ano.
Bem no finalzinho da tarde, antes de voltarmos para o Hotel do Cpers, depois de mais algumas, das muitas pernadas na escadaria do Camelódromo, minha amiga e eu nos deparamos e nos extasiamos com o hall de entrada deste, decorado com famosas e belíssimas poesias do nosso querido Mário Quintana e, com uma delas encerro essa inesquecível experiência na Feira do Livro em Porto Alegre.
DA UTOPIA de Mário Quintana
" Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que triste os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas! "
Não é motivo para não querê-las...
Que triste os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas! "