A VINGANÇA DO GUERREIRO

Ele perdeu a conta dos tombos. Também não sabe mais quantas vezes espezinharam sua alma. Mas a voz lá escondida nunca deixou de lembrá-lo que um dia o jogo traria novo placar. Essa voz catapultava seu sangue sempre que teimava de coalhar e fazia o coração bater de novo quando empacava feito mula tola. Mas um dia, por certo, o vento perceberia que estava girando em falso e as luzes teimariam em voltar. Nessa hora, o guerreiro, com epitáfio e tudo, renegaria os acordes desse destino atroz e pegaria de novo o leme que sempre foi seu por direito. Então, com pegadas fortes, rasgaria de novo aquele chão que tanto lhe manchara, encardira, fizera gato e sapato da sua razão. Nessa hora, o guerreiro se placentará sem medos, nem andares roucos. E sairá do nada feito sinfonia preferida de Deus, como nunca se ouviu antes. Essa vingança foi alinhavada com toda calma há tempos, ponto após ponto, lágrima após lágrima. Assim o mundo se encurvou e fez amém. Como nunca ousou fazer antes.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 23/11/2014
Reeditado em 23/11/2014
Código do texto: T5045684
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