AS MINHAS FÉS.
O homem só é solitário quando está encurralado no seu próprio destino. Então vai içar sua fronha até então virgem como troféu ainda imberbe, mas já devidamente decantando pelas vadias da alma. Esse homem, pudera, não é herói nem tampouco farsante. É apenas um homem, com suas escopetas ainda atônitas, buscando uma saída para cada poro entupido, Num dado momento, vai intuir que tudo não passou de névoas sem gosto, nem cor, e que ele, refém de si mesmo, ainda vai encontrar seu veio e nele seguirá triunfante. Quando, por acaso, se der conta de quem não está mais sozinho, se verá mais saltitante, como se encontrara a voz que tanto buscara numa vã e tresloucada valsa sem fim. Esse homem tem muito das minhas veias, dos meus tremores e das minhas fés - isso mesmo, fés, no plural. Porque as crenças são multifacetadas, não se findam num reboco só. Eu sei que logo, logo, tudo ficará terno e o que se dizia azedo se fará alfazema. Tudo que se dizia soterrado, se fará suspiro. Tudo que se dizia acolá, se fará aqui. Então a festa vai começar e nunca mais dirá adeus. Nem pra mim, nem pra você.
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