A fé nossa de cada dia
Como toda palavra envolve-se de significado, sentido e simbologia, a fé recebe costumeiramente uma conotação religiosa; vive associada à questões metafísicas e transcendentais; traz em si ligações com a benemerência, com a caridade, com a filantropia.
Os homens mais bem sucedidos da Terra construíram patrimônios, riquezas incomensuráveis simplesmente (?) porque tiveram fé em alguma coisa e, determinados, perseveraram sem trégua chegando ao objetivo. Esta condição a que chegaram atribuem-lhes alguma obrigação em fazer caridade? Não necessariamente. Como sabemos qualquer forma de doação pode ser abatido do imposto de renda e aí entra em discussão a questão do interesse.
Normalmente, pelo senso comum, destituímos destas pessoas qualquer sentimento de comiseração, como se fosse improvável alguém vivenciando esta circunstância não praticar ações de cunho assistencial, e isto é tão inadmissível por conta de demonstrações destas atitudes divulgadas algumas vezes pelos meios de comunicação. Se iniciativas como esta visa tão somente a proteção ao patrimônio acumulado é questão de foro íntimo.
A fé é muito mais que tudo isso. E ela é tão difícil de ser implantada, introjetada, desenvolvida dentro da gente que na maioria das vezes, titubeamos, vacilamos quando diante do menor problema surgido.
Até para realizar ações fraternas temos que acreditar o que elas representam, o que podem transformar, realizar, construir; neste sentido nossa Fé estará sendo materializada não com a conotação a si atribuída pelo senso comum, mas simplesmente pela própria disposição em realizá-las.