APRENDENDO A RESPIRAR

Cada vez mais rápido pela estrada, vou ficando distante de tudo aquilo que já foi sonho um dia. Hoje tentei interagir com os desconhecidos e ganhei vários copos d’água na cara. Talvez seja melhor aproveitar e ver o lado positivo de ter o rosto limpo em tempos que não há água. Eu acelero e acelero rumo a lugar nenhum apenas para ficar distante de tantas mentiras que não são mais contadas e sim vividas. É só uma breve fuga essa minha confusão de palavras que deixo aqui sem grandes sentidos, porque quase todo caminho que me perco leva ao mar, e atualmente só ele aceita essa troca que vai me fazer bem, um bocado de chateação por dias mais leves. Já faz tempo que não me importo mais se os resultados não são imediatos, e se as viagens se tornaram muito lentas, sempre me levando a outros lugares que nunca imaginei estar. Não importa se o tênis está gasto, os pés ainda se sentem confortáveis, mesmo quando sofrem cortes e sangram pelo caminho. Hoje tentei interagir com o mundo e ele parece ter virado o oceano de ponta cabeça, e toda essa água que machuca a pele também alivia a alma, e aí não importa quantos segundos se ficou preso nas ondas, e sim todas as noites e dias que irei me lembrar de como é bom se deixar levar em alguns momentos. A vida é sempre mais do que podemos imaginar, mesmo nas coisas simples e pequenas.