ACIMA DA LINHA DA MEDIOCRIDADE

Nos dias 19 e 20 de novembro de 2014, a Faculdade Pitágoras de Linhares brindou seus alunos formandos com uma palestra intitulada “Gestão de Carreiras”, proferida pela Coordenadora Acadêmica da Faculdade Pitágoras de Uberlândia, MG, Andrea Vermont. Para que a conheçam um pouco, copio abaixo, trechos de sua biografia, colhidos em seu site: http://www.andreavermont.com.br/?page_id=317:

“Sou de Minas, terra de nome plural, lugar onde o Criador se distrai por detrás das montanhas, e onde no seio da terra preciosidades se formam e se revelam para quem sabe esperar... Eu também sou assim, Minas! [...] Piadista por natureza, rápida no pensar e no formular anedotas, piadas e causos, minha maior musculação é exercitar o músculo do RISO.”

Com muito humor, a palestrante falou sobre muitas coisas sérias, mostrando, claramente, suas convicções humanísticas, coerentes com o seu título: doutora em Filosofia da Mente. Entre os seus objetivos estava o de anunciar quais são as competências fundamentais para que nossos futuros egressos se destaquem no mercado de trabalho.

Para tal, estabeleceu um paralelo entre os perfis cognitivos das gerações pré e pós-internet, de modo a que percebêssemos que a maioria de nós é nascida antes que os avanços tecnológicos existissem, mas temos de nos adaptar, ousar, aprender a viver e a conviver em um mundo que é cada vez menos previsível. E devemos fazer isso sob pena de sermos rapidamente substituídos pelos players, ou, simplesmente, pelas máquinas.

Por meio dela soubemos que apenas 24 anos nos separam da geração Y, que é bem mais descolada, ousada e inteligente do que nós, pois seus integrantes foram e estão sendo expostos a estímulos sonoros e visuais (aos quais nós não fomos submetidos) desde suas vidas intrauterinas. Essa idade considera o ano de 1990, quando a internet teve o seu boom; dois anos depois apareceu o celular (como o conhecemos), depois os pendrives surgiram, e há apenas oito anos nasceu o nosso playground favorito: o Facebook.

Segundo Andrea, esse canal de comunicação está, equivocadamente, inutilizando o Procon, pois o pessoal escolhe reclamar de produtos e serviços na internet, com postagens do tipo: “Péssimo serviço no restaurante Bom de Garfo. Nunca mais volto lá”, como se, por acaso, mesmo após centenas de curtidas, alguém fosse parar de ir ao referido recinto, ou o pessoal do Facebook fosse tomar alguma providência para resolver o problema.

Da mesma forma, os consultórios de psicologia estão “quebrando”, porque o pessoal prefere desabafar ou contar mentiras na internet, como se vivesse em um mundo perfeito. Ali os parceiros são lindos e amorosos, as comidas são deliciosas, as roupas são deslumbrantes, os passeios são chiques, e as contas bancárias nunca furam. É como se no mundo virtual tudo acontecesse como o sujeito imagina, mascarando a realidade, quase sempre frustrante, com a qual convive no dia a dia. A plateia quase foi abaixo em risos, quando ela disse que, até hoje, nunca leu nada no Facebook dos tipos: #táservidoarrozfeijãoezoião, #vendoalmoçoprapagarajanta, #partiutomarbusão...

Por fim, foram elencados os requisitos essenciais ao sucesso de qualquer pessoa que pretenda sobreviver com dignidade em um mundo onde alguém ter apenas a graduação não é mais diferencial tão importante: ser inteligente emocionalmente, auto gerenciar a própria vida, inventar ou inovar, aprender a tomar decisões, discernir o que prejudica e o que incomoda para aprender a eliminar o primeiro e a conviver com o segundo, dominar tecnologias e, sobretudo, ser alguém capaz de inspirar positivamente o próximo.

Aplaudida longamente, Andréa Vermont, certamente, inspirou centenas de jovens que, agora, sabem que precisam de se destacar, de sair da linha da mediocridade, pois cada canudo de formatura traz em si uma mensagem subliminar “Bem-vindos ao jungle, onde já há muitos como você! Pode começar a caçar o seu leão de cada dia!”

#valeudemaisandreavermontshowdepalestra