Diário de Sonhos - #092: Fungo Cerebral Degenerativo Malicioso
Hoje tive um sonho incrível. Ao mesmo tempo assustador, enigmático, instigante e intrigante. Já relatei sonhos nos quais eu tinha liberdade de ação dentro deles, isto é, podia andar, falar, correr, quase como um videogame. Eu conseguia agir no sonho, como na vida real. Mas esta talvez seja a primeira vez que eu senti dor física dentro do sonho. Assistia a tudo como num filme, mas pude sentir dor, e quando acordei, continuei sentindo dor.
Sonhei que estava num grande estacionamento de mercado. Era noite com nuvens cor de enxofre. Estávamos eu e minha tia ao lado de um carro esperando alguém. Surgem duas pessoas vestidas totalmente de branco, usando máscaras de gás, luvas e botas. São agentes sanitários, daqueles que coletam amostras de vírus em zonas de quarentena. Um deles saca um dispositivo laser e aponta pra minha cabeça. O equipamento apita. Em seguida apontam para meu abdômen e meus pés, e apita nas duas vezes. "Infectado", um sussurra pro outro. Eles explicam que eu tenho um fungo se desenvolvendo em meu cérebro, e que está se espalhando para o resto do corpo. Eles precisam fazer uma cirurgia ali mesmo. A ideia de um corpo estranho dentro de mim me dá calafrios. Concordo com a cirurgia. Eles apontam o laser para meus pés. O laser adquire uma cor bem vermelha e fica mais forte. Meus pés queimam, como se estivesse pisando em brasa, ou então em espinhos. Ou então como se estivesse pisando em espinhos pegando fogo. A dor é grande e grito. Sinto ela forte, real. Eles perguntam se está tudo bem, se eu aguento continuar. Respondo que sim. Só quero este fungo fora de meu corpo. Apontam o laser pro meu abdômen e atiram. Novamente dor. Esta dor lembra as dores de úlcera nervosa que eu sempre sinto numa situação de nervoso ou estresse. Eles finalmente apontam o laser pra minha cabeça. Atiram. Sinto tudo ficar leve e distante. Os pés não aguentam o peso do corpo e eu desabo no chão. Sinto uma dor de cabeça e entro em convulsão. Um deles segura minha cabeça enquanto o outro aplica o laser com mais intensidade.
Quando acordo dentro do sonho, estou em casa. Minha mãe está na sala jogando videogame. Ela diz que o fungo queimou vivo dentro de meu cérebro, mas que agora está tudo bem.
Quando acordei do sonho, na vida real, sentia uma dor aguda na sola do pé esquerdo e dor de cabeça por causa do resfriado. De alguma forma acho que meu subconsciente levou essas informações de dor pra dentro do meu sonho, e criou uma imagem e uma situação associada à essa dor. Foi incrível!
Vinte e um de novembro de dois mil e quatorze.