Sento o lápis no papel...

Sento o lápis no papel, e espremo as ideias com a maior naturalidade.

Levemente, elas vão surgindo. Delicadamente, vão sendo forçadas a se traduzir em belas e simples palavras ao vento.

Levo o lápis à boca, e reviro o cérebro a sentir no estômago, tamanha a força, em busca do singelo e do puro. Para não cair no excelso e no falso, próprios da natureza humana, colho com frescor tudo o que vai sendo jogado dessa mesma fonte.

Chegando às últimas linhas, sem nunca deixar de lado as gregas regras, percebo que há muitas palavras já minha essência foi perdida. Já o que era natural, leve, delicado, singelo, puro, fresco e sincero, foi-se. Foram-se distantes daquilo que fala em mim, que espreme as ideias, força-as à conversão, revira-as no estômago.

Heloísa Morais
Enviado por Heloísa Morais em 20/11/2014
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