CASA VIVA

Em muitas casas, sobretudo nos dias atuais, não se observa vestígios de que há vida em seu interior.

Ao nelas adentrarmos, não se observa nada fora do lugar. Tudo se encontra limpo, perfeitamente disposto e acomodado. Cada coisa em seu devido lugar: móveis, utensílios, aparelhos, roupas, alimentos e tudo o quanto mais há em seu interior.

Tudo é medido, tudo é comedido.

Também não é tarefa fácil observar vestígio de que há alguém em seu interior. Visitas? Quase nunca há.

Se há crianças, elas estão entretidas com alguma dessas parafernálias tecnológicas atuais.

É sabido que o uso excessivo da tecnologia gera muitos problemas de saúde à população, principalmente às crianças e aos jovens.

A criança, jovem ou qualquer pessoa que não se movimenta torna-se vítima do sedentarismo e de todas as consequências desse estilo de vida: problemas de coluna, problemas de circulação, baixa capacidade cardiopulmonar, baixa imunidade, problemas de visão, problemas de audição, problemas na socialização, obesidade, sentimento de rejeição, dentre outros.

Por outro lado há lares em que a vida é latente, vivida e percebida.

Nessas casas nem tudo está no lugar, nem tudo está limpo e percebe-se de longe a movimentação das pessoas.

Tomo como exemplo a casa de uma de minhas primas, aIlmae de seu esposoTião: seus filhos foram criados brincando em um amplo quintal, onde também brincavam vários primos e vizinhos.

Hoje, com os filhos já casados, os netos é que desfrutam de tanta liberdade e do carinho dos avós, pais, tios e demais primos.

Os filhos se aconchegam e ali, ao alcance de seus olhares, estão seus respectivos filhos. Felizes, seguros e com sentimentos de pertencimento.

Enquanto os pais e avós confabulam, os netos correm de um lado para outro, brincam de bola, assistem a filmes, inventam brincadeiras, vivem. Vivem como poucas crianças têm a oportunidade de brincar.

Enquanto os filhos e netos se interagem, a avó prepara alguma quitanda para ofertar-lhes na hora do lanche.

Este sim, é um bom exemplo de casa viva.

Não haveria tanta violência no mundo e nem tanta gente sem referência e depressiva, caso fossem mantidos os princípios familiares de união, carinho e cuidados aqui relatados. 

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 20/11/2014
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