Palavrinhas
Por carlos Sena. 

 
 
Que eu gosto do palavrão todo mundo já sabe. Agora lhes digo que adoro também as palavrinhas. Uma dessas é amor. Outra "É" e a outra "SE". Millor Fernandes escreveu uma linda peça de teatro chamada "É". Por que essa "palavrinha" é tão significante? Porque é absurdamente grande é pequena ao mesmo tempo. Num compendio de filosofia "É" assusta pela grandeza, mas na vida prática pode ser pouco diante da pobreza humana tão carente de justificativas extensas. "SE" eu adoro. A gente pode dizê-la se escondendo do certo ou do errado. É uma palavra-escudo que pode sempre nos proteger, mas nos pode cadafalsar. "SE você for eu vou, mas vou se tudo der certo". 
"É", diferente do "SE" é é como se fosse a morte: definitivo. SE não. "SE" é promíscuo, prostituído a favor de quem der mais. Falo. Mas o falo pequeno não contém a ninfomaníaca "SE" ela não dispuser de mais.  É? Depende, mas se houver amor... Esta sim, abrange tudo. Amor é palavrinha doce, misteriosa, forte e eterna na sua transitoriedade. Mas, "SE" não houver amor? "É"... Deixemos que os tremas trabalhem pela nossa imaginação. Agora me encafifei. Palavrinha ou palavrão?