CALENDÁRIO

Hoje minha filha mais nova completa 08 (oito) anos. Parece que foi ontem que ela nasceu, assim como parece uma eternidade que não tenho o mesmo convívio que eu tinha até alguns meses atrás. A nossa rotina não é tão maçante como imaginamos: a dinâmica diária é bem mais agitada do que há duas, três décadas atrás.

O cotidiano é diferente, e a nossa percepção possui variantes diversas, que transpassam a nossa consciência e se limitam ao passar das horas do relógio e ao tempo do calendário... o final do ano já está chegando, e com elas as novas resoluções.

A cronologia dos eventos se repete em uma velocidade às vezes imperceptível, outras vezes vagarosa como o período de germinação e desenvolvimento de uma árvore de grande porte... tudo depende do referencial.

Aí entra a premissa essencial: quais são as nossas referências, o que faz com que sentimos a monotonia e o tédio em um tempo em que tudo se movimenta com celeridade, da mesma maneira que nossos anseios por aquilo que há de vir é angustiante, como se o tempo não passasse...

Alguns psicólogos e sociólogos argumentam que a humanidade não evoluiu ainda ao ponto de se acostumar com tantas novidades tecnológicas e suas funcionalidades - de fato, é improvável possuir um celular há vinte anos, quanto mais a tecnologia de um smartphone, que por mais medíocre que seja, tem processadores mais poderosos que a maioria dos desktops da época.

A nova geração não passa por esse "trauma" da transição - afinal, eles já foram inseridos em um contexto em que é natural o aprimoramento dos equipamentos que já foram desenvolvidos, e eventualmente algum produto inovador... mas com certeza, nada mais surpreendente do que os nascidos nas décadas de 60 e 70 passaram durante a transição.

Não sou um propagador de que tudo no pretérito é melhor do que nos dias atuais... cada época, com suas virtudes e decepções. Invocar o passado tem sua importância para evitar a repetição de erros... assim como também avaliar processos que deram certo anteriormente e que podem fracassar.

O relógio continua sua jornada ininterrupta de segundos, minutos, horas... e o calendário, marcando os dias, semanas, meses, anos... quando olharmos no espelho, podemos até continuar com a mesma cabeça jovial, mas nosso organismo é programado para definhar... é triste, mas real.

Ignorar o tempo, deixando as coisas realmente importantes para depois, pode ser um caminho direto para a frustração... assim como é prudente a fé em que tudo somente acontece no tempo de nosso Senhor Jesus Cristo.

Minha filha mais nova tem oito aninhos... já tenho uma filha adulta... não posso ter as mesmas percepções de antes, preciso evoluir como pessoa... olhando para o calendário, vejo que já perdi muito tempo, e simplesmente não sei o tempo que me resta.

SEBASTIÃO SEIJI
Enviado por SEBASTIÃO SEIJI em 18/11/2014
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