ULTIMA PARADA, ESTAÇÃO CAOS

Analisando friamente a situação atual do país, não dá para não imaginar o que nos espera a curto prazo.

A riqueza concentrada nas mãos de uma minoria, a população crescendo desenfreadamente sem que haja uma política de controle da natalidade de maneira a conscientiza-la de sua necessidade e sem fornecer meios para que se realize.

A educação, como sempre, deixada a segundo plano, como se não fosse a base de uma sociedade realmente civilizada, a saúde pública abandonada e as pessoas morrendo sem atendimento à porta dos hospitais.

A criminalidade se alastrando apoiada na impunidade; no descumprimento às leis e de braços dados com quem deveria nos proporcionar segurança, as armas entrando (ou sendo fabricadas) no país e distribuídas entre as facções criminosas de maneira incontrolável e irrelevante ajudando a banalizar a violência, as drogas corroendo nossa juventude atirando adolescentes pelas calçadas de nossas ruas e transformando-os em ameaça constante ao bem estar dos que trabalham pagam seus impostos e buscam um futuro melhor para si e para sua família.

Como explicar ou entender, que bandidos consigam comandar, tão facilmente de dentro das masmorras, que são os nossos presídios, todas essas organizações criminosas?

Os meios de transporte para escoar a produção de alimentos prejudicada pelo abandono ou falta de estradas que proporcionem condições para tanto, encarecendo a comercialização dos produtos e trazendo de volta o fantasma da inflação minguando cada vez mais os salários dos trabalhadores da classe C que são maioria em um país de duzentos e seis milhões de pessoas, apesar de iludidos e acomodados com bolsas esmolas.

Por trás de tudo isso e acima das leis, ou acobertada por elas, a velha corrupção entranhado em nosso DNA e que antigamente tinha o carinhoso nome de “jeitinho brasileiro”, mas que mesmo tendo revelado sua real identidade, não tem seus efeitos malignos interrompidos com punição severa a seus praticantes e apesar de todo o alarde da imprensa em relação aos culpados, ao final o que vemos são simples condenações a prisões domiciliares.

Outro detalhe que passa despercebido, ou como simples brincadeira é a pichação, tanto em monumentos públicos como em residências sendo que nessas por trás do ato revela-se a revolta dos que tem menos oportunidades na vida sujando as casas dos que as possuem bem cuidadas, gesto calcado na inveja, como se seus proprietários tivessem culpa direta por eles, os pichadores, não poderem desfrutar de uma vida melhor e até "filhinhos de papai" pretendendo sair do anonimato numa estranha disputa rabiscando frases e rubricas nos pontos mais altos como se o ato os fizessem crescer. O que não deixa de ser violência e deveria ser punida severamente.

E para completar o quadro cinza que vai se tornando negro, uma crise energética provocada pela escassez de água, fruto de tantos anos de descaso com um problema que há muito vem mostrando sua cara sem que nenhuma providência tenha sido tomada para evitar o atual estado de coisas, finalmente se apresenta como mais um fomento à ameaça real de uma possível guerra civil que venha a dividir o país e que já se mostra concreta nos tiroteios diários em comunidades pobres e populosas onde jovens de treze ou quatorze anos portam armas potentes e até as exibem na web.

Não existe nada de pessimismo em minha opinião, mas muito de pura realidade e afirmo sem medo de errar que a próxima parada do trem Brasil será, com certeza, a ESTAÇÃO CAOS, da qual nos aproximamos em velocidade crescente a cada dia e que não tem sociólogo ou operário metalúrgico que possa evitar, pois foram eles os maquinistas que ajudaram a trazer essa "descomposição" a esse triste destino.

Jogon Santos
Enviado por Jogon Santos em 17/11/2014
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T5039023
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