MUNDO LOUCO
O que é estar em paz consigo mesmo e com o mundo? Cada pessoa responderia esta questão à sua maneira, já que ninguém é igual a ninguém. Para mim seria não ter problemas a resolver, não incomodar-me com preocupações e estar cercado de um absoluto silêncio.
Mas a quietude é situação que agrada a poucos. Na ânsia de viver e fugir ao tédio, as pessoas buscam o inusitado, o perigoso e o prazer ao extremo.
Todo homem acha que se entende a si mesmo, mas não faz esforço para entender o outro, e se o outro tem um comportamento às vezes estranho, é logo chamado de louco.
Um dia passou um senhor aqui na minha rua, eu parado sem pressa para nada, ele caminhando devagarinho, acabou parando para puxar alguma conversa. Falando disso, falando daquilo e principalmente das pessoas conhecidas, evidenciava-se a estranheza que lhe causava o caráter de sua vizinha, a qual considerava meio louca. Mulher de meia idade, provavelmente massacrada pelos reveses da vida. Dizia ele: tem hora que ela está gritando, dali a pouco está rezando, depois se põe a chorar, ou fala o tempo todo sem dizer nada que se entenda, aí chora de novo, e reza e grita, por fim dá gargalhadas, bota música alta e fica dançando sozinha.
O mundo está cheio de esquisitices. Talvez por medo da loucura, as pessoas procuram evitar a solidão, procuram aparecer sempre mais. Daí tatuam o corpo, esticam a pele e enfeitam seu visual para não passar despercebidas.
Não é fácil ser uma pessoa normal. A onda é ser diferente, ser o que ninguém é, cada qual sendo louco à sua maneira. Todos correm para o ponto onde nada se vislumbra. Se você não for junto, aí sim é que você "entra em parafuso".