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JUIZ É DEUS, SIM SENHOR!
Se você, aí, ainda tem dúvida de que juiz de Direito é Deus, então vá logo tirando o cavalinho da chuva. Pois, no Rio de Janeiro, juiz é Deus, sim senhor, e com todas as letras: D.E.U.S.
A agente de trânsito Luciana tentou autuar um meritíssimo que, segundo a imprensa, dirigia um carro sem placas e não portava habilitação, mas se deu mal.
Depois um leve bate-boca, e a moça ter afirmado que “juiz não é Deus”, no tapetão da Justiça, a funcionária pública foi processada a pagar cinco mil reais ao deus melindrado.
Claro que a sacrossanta autoridade não precisava da mixórdia de cinco mil lágrimas, porém, achando-se ofendido com o crime desferido pela malcriada, o meritíssimo partiu para o direito de espernear.
Óbvio, também, que, na Justiça, o deus juiz não iria ficar de dente seco: o corporativismo lhe daria uma mãozinha. E deu.
Entre vai lá e vem cá, a última decisão de um desembargador: a moça Luciana esteve coberta de má razão e, na abordagem ao deus juiz, cometeu algo do tipo abuso de poder.
O deus juiz, que lhe perguntara na abordagem de rua “Você sabe com quem está falando?”, não, ele não cometeu abuso nenhum. Ao contrário, ele é que foi ultrajado.
Uma advogada de Sampa apiedou-se da moça, que tem salário apenas pouco maior que o mínimo, encetou campanha pela internet para a Luciana pagar a pendenga.
Ouvi ontem, na tevê, que almas boas, solidárias, já doaram cerca de 40 mil reais. Com o voto contrário do magistrado desembargador, a Luciana diz que repassará todo o excedente do vil metal para entidades filantrópicas.
Não tenha ilusão, Luciana! Certamente doar grana para carentes, miudinhos abandonados e crianças cancerosas, neste país, isto é outro crime, se não for uma baita subversão.
A agente de trânsito Luciana tentou autuar um meritíssimo que, segundo a imprensa, dirigia um carro sem placas e não portava habilitação, mas se deu mal.
Depois um leve bate-boca, e a moça ter afirmado que “juiz não é Deus”, no tapetão da Justiça, a funcionária pública foi processada a pagar cinco mil reais ao deus melindrado.
Claro que a sacrossanta autoridade não precisava da mixórdia de cinco mil lágrimas, porém, achando-se ofendido com o crime desferido pela malcriada, o meritíssimo partiu para o direito de espernear.
Óbvio, também, que, na Justiça, o deus juiz não iria ficar de dente seco: o corporativismo lhe daria uma mãozinha. E deu.
Entre vai lá e vem cá, a última decisão de um desembargador: a moça Luciana esteve coberta de má razão e, na abordagem ao deus juiz, cometeu algo do tipo abuso de poder.
O deus juiz, que lhe perguntara na abordagem de rua “Você sabe com quem está falando?”, não, ele não cometeu abuso nenhum. Ao contrário, ele é que foi ultrajado.
Uma advogada de Sampa apiedou-se da moça, que tem salário apenas pouco maior que o mínimo, encetou campanha pela internet para a Luciana pagar a pendenga.
Ouvi ontem, na tevê, que almas boas, solidárias, já doaram cerca de 40 mil reais. Com o voto contrário do magistrado desembargador, a Luciana diz que repassará todo o excedente do vil metal para entidades filantrópicas.
Não tenha ilusão, Luciana! Certamente doar grana para carentes, miudinhos abandonados e crianças cancerosas, neste país, isto é outro crime, se não for uma baita subversão.
Fort., 13/11/2014.