Formigueiro humano
É... Não tem jeito! Lá vou eu ter que enfrentar a multidão novamente... Respiro fundo e inicio minha jornada. Começo a andar e quando percebo já estou no meio dela. De repente, ouço um barulho e observo que um crente fervoroso começa, ou pelo menos tenta, evangelizar as pessoas. Logo após, aparece-me um cidadão dizendo que é de uma ONG pedindo doações para reabilitar viciados, sem contar que ao meu lado está um jovem de 30 anos que aparentemente não gosta de usar desodorantes e me força a respirar pela boca.
Ando mais um pouco e me deparo com um velho tarado que se aproveita do cardume de gente para se enroscar numa bela garota a sua frente. Esta, como esperado, detesta essa inescrupulosa ousadia, vira-se e dá uma tapa no senhor maníaco. Para o azar deste, o noivo da moça está ao lado dela, presencia a confusão e dá um soco nele, que inevitavelmente e obrigatoriamente é posto para fora da multidão.
O calor está infernal... Chove muito e o clima extremamente abafado faz com que eu me sinta um pouco enjoado; sem contar no mau odor proveniente de um ser bastante mal educado!
Vejo uma senhora sem noção (falta de educação mesmo) comendo laranja cravo e jogando as “cascas” no chão. Presencio também três pessoas arremessarem sabugos de milho no asfalto, fora as que jogam garrafas de água vazias, plásticos de chiclete, de pipoca e de Ki Queijo.
Após meia hora de um rush pesado; de uma grande tormenta e bagunça, chego enfim ao meu destino. Desço do ônibus um pouco suado e muito aliviado!
Essa é a minha rotina de ir e vir à luta, nem um pouco sossegada, mas recheada de histórias para contar.