O aquecimento global e as suas consequências
2007 11:56
O aquecimento global e as suas conseqüências
Em artigo publicado na Revista Planeta, nº 414, Ano 33, a equipe jornalística destaca o escritor, professor e pesquisador, James Lovelock, autor do livro - A vingança da Gaia - , no qual chama a atenção para a deteriorização ambiental provocada na Terra, asseverando "já ter passado do ponto de retorno e, que a civilização como conhecemos hoje, em breve deixará de existir, porque os esforços para combater o aquecimento global já não terão mais efeito". Estamos numa situação que já não permite reparos. "É tarde demais".
Os mecanismos estão aquém da urgência das ações e parecem debilitados, enquanto o aquecimento global continua sendo potencializado por atividades humanas, nos seus meios de transporte e nas suas indústrias, responsáveis por enormes emissões de gases como o CO2 .
E, como se não bastasse, os países que aderiram ao Protocolo de Kyoto, promovem a idéia de negociação de créditos de carbono com os países pouco industrializados, com a finalidade de manterem as suas produções e, certamente continuarem o trabalho de poluição sem o controle preciso, indiferentes aos prejuízos causados ao planeta, contanto que os seus negócios não parem nem sofram decréscimos. O que se pode notar com clareza nessa tomada de decisão é uma postura insana, havendo séria dicotomia entre os discursos e as verdadeiras ações.
A aquisição de créditos de carbono acontece, quando os países industrializados investem em projetos ambientais nos países em desenvolvimento, realizando por exemplo, a substituição do óleo diesel por biodiesel, fazendo o reflorestamento de áreas degradadas, captando o gás metano de aterros sanitários e da pecuária, entre outras atividades que aparentemente se apresentam bastante positivas, não existisse o risco de aumento da poluição por parte dos compradores de credito de CO2 .
Além do mais, a preocupação dos ambientalistas diante de tudo isso, é que os compradores de crédito de CO2 podem burlar a negociação e, no caso do reflorestamento, o que se tem constatado é o plantio de uma única espécie em grande escala, fato que faz exaurir e danificar os ecossistemas.
Enquanto a falsa esperteza de alguns tenta ignorar o drama que se estabelece atualmente, a Terra pede socorro.
Urge a necessidade de medidas especiais. Em breve o aquecimento global chegará ao limite máximo e os poucos sobreviventes serão obrigados a travar lutas ferrenhas contra os microorganismos (vírus e bactérias) e a desnutrição.
Os gigantes impactos ambientais, tais como o degelo das calotas polares, os incêndios naturais provocados pelo abrasamento climático nas áreas de vegetação seca, as enchentes, a fúria dos vulcões e dos furacões, o domínio dos mares sobre os rios e a inviabilidade da agricultura. Todas essas reações, farão da Terra um verdadeiro inferno dantesco.
O caos estará por toda parte!
A terra vive um momento de grande tensão e, ainda assim procura utilizar os recursos que detém, em favor da vida.
Enquanto a natureza grita para sobreviver, a humanidade a agride cada vez mais, sem dar-se conta de que promove um caminho sem volta. Na sua insensatez, continua cega e descomprometida com o planeta que lhe serve de abrigo e lhe permite viver.
Tempos de horror estão delineados, embora muitos ainda não acreditem nessa verdade.
Será preciso pagar tão caro para ver? O que estamos esperando?
As medidas deveriam ter sido tomadas antes, muito antes. Mas não podemos parar nem cruzar os braços, apenas a criticar e fazer belos discursos. Também de nada vale ficar lamentando a situação. Estamos todos no mesmo plano físico; este é o nosso mundo; somos todos culpados, seremos todos vítimas de nós mesmos, das nossas inconseqüências.
Vamos unir as nossas ações, vamos fazer a parte que ainda nos cabe pensando na geração do futuro que é a nossa continuidade.
Texto de: Claudenice Rosário