MADELEINE: um romance em tempos de guerra, o amor que tudo espera.

Essa é a história de Madeleine:

Vejo-a parada em um lugar, parecia um planalto, o vento tocava seu corpo, seus cabelos, seu

olhar perdia-se no infinito, como se esperasse que o seu grande amor, um

soldado que usava farda azul, pertencente as tropas Napoleônicas, surgisse

no horizonte, como se esperasse por um milagre, ou como se estivesse negando

a morte de quem tanto amava, ele, aquele soldado, que quando a conheceu,

beijou sua mão e disse:-"Encantado senhorita." e então olhou Madeleine nos

olhos. Bem daí tudo começou, passeios juntos, danças no salão, beijos.

Enquanto Madeleine estava parada,em um penhasco, olhando para o horizonte, alguém chamava com uma voz que soava ao longe:

_" Madeleineeeee....Madeleineee.....Madeleineee..era a "Mi" minha ama,

Ouço o borbulhar das ondas do mar,

sinto seu cheiro...

humm...a brisa é suave,

o tempo não existe,

nada mais existe...

só minha tristeza,

minha saudade...minha solidão...

perco-me neste vazio...

espero por ele,

sei que um dia virá,

um dia situado no não tempo,

o reencontro acontecerá.

Cap.I

A brisa soprava suave, era um lindo dia de primavera, flores amarelas rasteiras cobriam os planaltos verdejantes da costa leste da França. Madeleine estava especialmente feliz neste dia, pois dias de sol a deixavam radiante, alimentavam sua alma, seu ser..Estava especialmente bonita, seu vestido era azul da cor do céu, com babados pequenos, azuis com detalhes de rendas brancas, que partiam dos quadris , deixando-a com a cintura ainda mais fina. Seus cabelos eram loiros da cor do trigo, vinham até os ombros em cachos graúdos, sua pele bem clara, seus olhos maravilhosamente azuis, tinham um brilho de alguém que amava a vida, que trazia em si toda a vivacidade de seus 22 anos. A sua jovialidade era contagiante. Resolveu dar um passeio até o mar, adorava pisar na areia macia e branca, sentir o contato com os seus pés, sendo que um de seus passatempos prediletos era ficar olhando para o mar, sentindo seus movimentos, seu cheiro, ouvindo o borbulhar das ondas, em um fluxo continuo de ir e vir, movimento que a fazia lembrar de que, também a vida é um contínuo e constante movimento, nada está parado, estático, em total inércia, nunca, há sempre um movimento, mesmo que seja invisível aos nossos olhos, mas ele está lá, colocado, instalado , sutilmente presente.

Madeleine pensa na sua respiração, concentra-se, e tenta seguir o fluxo e o refluxo das ondas do mar. Neste exato momento sente o mar dentro de si, suas sensações são de plenitude, vida, transcendência, sente-se tão integrada com a natureza, ela própria fazendo parte de toda a criação, completa, inteira, a vida em toda sua magnitude pulsando com total eloqüência, em cada átomo de seu ser. Madeleine sente uma leveza tomando conta de seu corpo, de sua alma, naquele momento a felicidade veste-a, seus lábios carnudos abrem-se em um leve sorriso de paz. Deita-se na areia, o sol toca sua pele suave, a respiração faz sei peito subir e descer, deixando a mostra seus lindos seios. Adormece...

O trotear de um cavalo aproxima-se, o cavaleiro para ao ver tão encantadora jovem. Desce de seu cavalo, inclina-se para ver se a jovem está bem, então contempla sua beleza. Neste instante Madeleine Acorda, assusta-se, pensa estar sonhando, o sol ofusca sua visão. O jovem soldado vendo-a assustada diz:

_ Calma senhorita, apenas quis conferir se estava bem, pois vendo-a assim deitada na areia, pensei que algo pudesse ter-lhe acontecido.

_ Oh...não eu estava contemplando o mar e adormeci. Adoro vir aqui, olhar para a água..Sinto-me renovar, faz-me bem, diz Madeleine.

Madeleine faz um gesto com quem quer se levantar, ao qual, o jovem prontamente lhe diz:

_ Posso ajudar-lhe senhorita?

_ Oh! ...sim, por favor.

Madeleine sente o calor da sua mão, um arrepio lhe percorre o corpo. De pé, olham-se nos olhos, Madeleine sente seu rosto enrubecer, o coração acelera-se, os olhos de ambos brilham.

_ Então, qual é o seu nome, pergunta Madeleine

_ Oh!, perdão senhorita, e tirando o chapéu apresenta-se: Frederick, meu nome é Frederick, as suas ordens.E o seu?...

Inclinando-se ela diz:

_ Madeleine, enquanto estende sua mão.

Frederick pega sua mão, a beija e diz:

- Encantado senhorita.

Neste momento algo acontece, toca seus corações, é como se uma energia amorosa permeasse os dois, num desvelamento do mais sagrado em nós, o encontro com o outro, o outro que , com o olhar, vem nos falar de amor.

Sem dúvida é um momento mágico, que será eternizado no tempo, que fará parte de suas vidas doravante, que jamais será esquecido, que será internalizado na alma e lá ficará guardado como uma espécie de bálsamo da vida, configurando o sopro da existência destes dois seres.

E pensar que ao encontrar o olhar do outro verdadeiramente poderá mudar o curso de nossas vidas para sempre, nos faz indagar o que emanamos de tão profundo através de nossos olhos...a voz da alma, penso eu.

Madeleine enrubece, abaixa os olhos e aos poucos vai puxando sua mão, como quem não quer fazê-lo.

Frederick também fica nervoso, sem saber o que fazer.

O por do sol faz com que ambos admirem a paisagem, seus últimos raios dourados refletem-se no mar. Então de repente Madeleine lembra-se que passou a tarde fora e todos devem estar a sua procura.

_ Eu estou aqui há muito tempo, devem estar me procurando, devo ir agora.

Dizendo isto, virá-se para ir embora, pega seus sapatos que estão na areia e diz:

_ Ahevoá( Adeus).Au revoir

Frederick fica pensativo por alguns instantes, então diz:

_ Espere!... se a senhorita não se importar, poderia lhe acompanhar. Diga-me onde posso deixá-la?

Madeleine para e vira-se para Frederick, dizendo:

_ Talvez seria interessante deixar-me na metade do caminho,pois como já é tarde, temo que possa anoitecer antes que eu consiga chegar em casa.

Frederick sorri, seus olhos brilham novamente.

Ajuda Madeleine a subir no cavalo e ambos seguem pela praia.

O vento sopra mais forte no entardecer, está frio, mas o calor do corpo de Frederick aquece Madeleine, não só seu corpo, mas também a sua alma.

Madeleine gostaria que este momento durasse para sempre, experimenta um sentimento que até então não conhecia, como um fogo que arde mas não dói.

FOGO

"No brilho de seu olhar,, senti paralizar...

foi a primeira vez...foi real,

nada igual.

flechou minh'alma...

amor...magia...sedução.

quero vc

seu cheiro,

sua boca,

sua pele...

te quero...te quero...

pra sempre..."

Angel

P.S.: Algum autor se dispõe a fazer destes breves relatos um filme?...um Livro?...Penso que daria um belo romance estilo "Tristão e Isolda". Estou aberta para conversas. Angel

Anngela Antonelli
Enviado por Anngela Antonelli em 08/11/2014
Código do texto: T5027784
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