POBREZA E MISÉRIA NÃO SERIAM A FALTA DE COMIDA NA MESA?

Comentários no link do blog: http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2014/11/pobreza-e-miseria-nao-seriam-falta-de.html

Pobreza pode ter de vários tipos e formas: uma carência, cogonal, envolvendo necessidades da vida cotidiana como alimentação, vestuário, alojamento, cuidados com a saúde. Nesse sentido, a pobreza pode ser entendida como “a carência de bens e serviços” que o Estado deveria lhe prestar, como falta de recursos econômicos, rendimento ou riqueza não necessariamente monetários. Segundo o site Wikipédia, a União Europeia, identifica a pobreza em termos de “distância econômica” relativamente a 60% do rendimento mediano da sociedade. A pobreza seria um pouco pior que a miséria e pode levar a uma carência social, com a exclusão, dependência do Estado e incapacidade de participar nas áreas de educação e informação de uma sociedade e das relações sociais são “elementos chaves” para compreender a pobreza ou a miséria pelas organizações internacionais, que consideram a pobreza para lá de econômica, informa a mesma publicação.

Talvez tenha sido por isso que os dados pesquisados e revelados pelo IPEA confirmando que a miséria teria aumentado no Brasil, tenha recebido tantas críticas, desmentidos e controvérsias ao ponto do Governo Federal o ter negado e garantido que teria sido apenas uma questão de metodologia. Um especialista ouvido em entrevista disse que a inflação seria uma causa do aumento da miséria porque teria diminuído o poder aquisitivo das pessoas. Aécio Neves, candidato derrotado nas urnas, disse em seu primeiro discurso no Senado que o Brasil real começou a aparecer, mas também apareceria se ele tivesse sido eleito presidente porque os preços da luz, combustível e vários outros foram reprimidos em razão do período eleitoral e começaram a ser autorizados agora. Se ele tivesse sido eleito presidente também teria que conceder os mesmos reajustes para não comprometer o setor energético e nem a Petrobras. Dilma Rousseff está entre a cruz e a espada: se aumentar, o povo reclama com relativa razão; se não aumentar, poderá ter crise que se refletiria mais na frente com apagões e outras consequências.

Diante desse bombardeio de informações e desmentidos, está o eleitor que não entende muito bem de números, estatísticas e que se omitiu ou se acovardou, deixando de colocar 4 milhões de votos nas urnas, que poderiam ter mudado o resultado das eleições para um lado ou para outro. Perguntas ficam sem respostas e com interpretações conflitantes, surgindo assim acusações, explicações, esclarecimentos e coisas que criam para definir uma coisa básica: tanto a miséria quando a pobreza extrema significam falta de comida na mesa e exclusão social. Mas seria a inflação galopante e incontrolável, a única forma ou fórmula para explicar o aumento da miséria ou teriam outros componentes envolvidos nesse intrincado mundo de ilusões? Qual o parâmetro que separa a miséria da pobreza? No encontro nos dados do IPEA a justificativa não é aceita com objetividade e nem como uma matemática exata. Existe miséria e pobreza no Brasil, sim, mas em que patamar? Acredito que os discursos políticos atuais devem buscar uma forma de, não esquecendo as atitudes políticas tomadas em 2013 quando jovens foram às ruas reivindicar o fim dos reajustes de preços nas passagens de ônibus e avançou para outros campos, gerou votações apressadas de projetos que tramitavam na Câmara há muitos anos, com vitórias da sociedade. Uma coisa é certa: houve um racha no Brasil e a presidente Dilma Rousseff terá que enfrentar uma chamada “pauta bomba”, promovida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, derrotado nas urnas na disputa ao governo do Estado e que terá encerrado seu mandato de deputado federal. O diálogo proposto pela presidente Dilma Rousseff não foi o mesmo que fez o candidato derrotado nas urnas e fortalecido nas ruas, Aécio Neves, como a voz da oposição, em seu primeiro discurso no Senado. Ele disse que havia um Brasil escondido e latente, mas que esse Brasil começa a aparecer agora, com reajustes nos preços que ficaram reprimidos e dados do IPEA, também reprimidos, e que não foram revelados antes para não atrapalhar as eleições, cujo resultado poderia ter sido outro.

Afinal, seria a miséria extrema a pessoa não ter quanto? E a pobreza extrema, quanto? Seria medida por qual sistema? Qual metodologia que está causando tantas controvérsias no governo, ao ponto de dois pesquisadores do IPEA terem pedido afastamento de seus cargos? O certo é que ambas, a miséria e a pobreza não seriam uma coisa só, diferenciada só por fórmulas, metodologias e, afinal, tanto uma como outra termina em um mesmo ponto: a fome, a falta de comida, exclusão social, de saúde, educação, cultura etc.! Os detalhes são só detalhes! Mas esses detalhes geram toda a confusão de dados, números e estatísticas! Seria a miséria a pessoa não ter o que comer e a pobreza extrema não ter a mesma coisa, afinal, tanto uma como outra coisa o resultado é o mesmo: socialmente, a pessoa está excluída. De uma forma ou por uma fórmula, as duas redundam em uma só\; exclusão de tudo o que é dever do Estado lhe oferecer!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 07/11/2014
Código do texto: T5026094
Classificação de conteúdo: seguro