Juízo com os Juízes

A Bíblia - a verdadeira, do Cristão - consagra aos Juízes todo um livro, realçando sua importância na conturbada e vitoriosa história do povo hebreu, através dos séculos. E situa o seu tempo, longo de uns dous séculos, aproximadamente entre os anos 1300 e 1100 antes da vinda do Messias.

Sua passagem na história hebréia foi marcada pelo rigor, como o próprio título indica e há interpretações de que eram os homens da Régua - e das Regras. E não só homens, pois entre aqueles severos varões houve pelo menos u`a varoa, e nada a toa: Débora. Está nas Escrituras. Dos demais Juízes, os nomes que me vêm à memória digital, são Otoniel, Ehud, Shamgar, Barak, Gideão, Abimalech, Tola, Jair, Jeftá, Ibzan, Elon, Abdon e, fechando o ciclo, Sansão.

Contudo, os juízes que me vêm à cachola, embora de nomes igualmente imponentes, são julgadores de outros prélios e ocupam não mais que duas décadas de meu acompanhamento intermitente mas sempre interessado do mundo da bola: Antônio Viug, Romualdo Arppi Filho, Holten Ayres de Abreu, Anacleto Pietrobon, Albino Zanferrari, José Mário Vinhas, Dulcídio Vanderley Boschilia; Armando Marques, Arturo Yamasaki...

Os craques brilhavam, pelejavam, brigavam, mas ao cabo, era o juiz - muitas vezes sem cara, ou coragem - que comandava o espetáculo. Eram os homens do apito. Sua decisão não cabia recurso. Deles eram as decisões supremas e finais. Se sofriam, é pelo que ouviam de xingamentos sobre suas respectivas progenitoras.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 06/11/2014
Reeditado em 14/11/2021
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