O oposto do oposto
Estamos sempre reclamando que nós, brasileiros, não gostamos de regras, da ordem, da lei. Que quase todo mundo “dá um jeito” de passar por cima dela, coitada. Reclamamos também das consequências disso. Percebemos que nós mesmos somos os mais prejudicados. E, por não haver outro jeito, pelo fato de isso ser quase o normal, mesmo quem não gosta de ser assim, precisa fazê-lo. É a estrutura.
Os americanos gostam de seguir as normas. Quem não gosta, geralmente já vai com tudo para o outro lado, para o extremo. E novas regras estão sempre surgindo. E, às vezes, elas produzem estranhos eventos.
Aconteceu na cidade de Fort Lauderdale, na Flórida. Aliás, muita coisa acontece na Flórida, que não é feita só de Mickey Mouse e lindas fadas e princesas. Os legisladores estabeleceram uma regra que visava manter a cidade limpa, bonita. Proibiram os cidadãos de alimentar pessoas sem-teto na cidade. Talvez fosse uma cena deprimente, não sei.
Dwayne Black, Mark Sims, pastores, e mais Arnold Abbott, de 90 anos, resolveram “burlar” as normas. Abbot, que, apesar da idade, sempre vai ao socorro dos necessitados, estendeu um prato de comida para um mendigo. O policial imediatamente ordenou que ele soltasse o prato, como se fosse uma arma. A penalidade para a infração é de 500 dólares mais 60 dias de prisão. Abbot vai tentar ganhar esse direito- o de alimentar os famintos- no tribunal.
E assim temos, excesso de norma, perfeita aplicação da lei, por mais cruel que seja. Nós, por outro lado...
Difícil de entender. É o oposto do oposto.
A notícia
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Essa vida da gente
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