O VIOLINO

Stradivarius com hábeis mãos fez do mais puro cedro, admirável instrumento.

A extensão de sua gama tem três oitavas e uma sexta, quatro cordas, sol, ré, lá e mi, todas afinadas por uma quinta e quando vibram ao toque do arco, parecem falar.

No acampamento cigano, nas grandes salas ou nas orquestras, roubam sempre a cena.

É como o amanhecer de um sonho infinito, tão puro.

Com dor ou com riso, o som do violino não deve findar.

Seu toque divino perfuma o ar, como rosas formosas, cismando mimosas das dores de cada um.

As cordas sonoras, ao toque do arco, num corpo de cedro, encantam e vibram soltas, brincando, revoltas, tão loucas, soando tão leves, tão puras, contentes, ardentes e etéreas.

Seu divino som nos transporta com seu canto, correndo pelo tempo, em gozo de alma.

Já não somos tão sós e então num misto de fantasia e realidade, rodopiamos leves, valsando, sorrindo, num eterno sonhar...

Zulema Costa Mello
Enviado por Zulema Costa Mello em 05/11/2014
Código do texto: T5023774
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