O VIOLINO
Stradivarius com hábeis mãos fez do mais puro cedro, admirável instrumento.
A extensão de sua gama tem três oitavas e uma sexta, quatro cordas, sol, ré, lá e mi, todas afinadas por uma quinta e quando vibram ao toque do arco, parecem falar.
No acampamento cigano, nas grandes salas ou nas orquestras, roubam sempre a cena.
É como o amanhecer de um sonho infinito, tão puro.
Com dor ou com riso, o som do violino não deve findar.
Seu toque divino perfuma o ar, como rosas formosas, cismando mimosas das dores de cada um.
As cordas sonoras, ao toque do arco, num corpo de cedro, encantam e vibram soltas, brincando, revoltas, tão loucas, soando tão leves, tão puras, contentes, ardentes e etéreas.
Seu divino som nos transporta com seu canto, correndo pelo tempo, em gozo de alma.
Já não somos tão sós e então num misto de fantasia e realidade, rodopiamos leves, valsando, sorrindo, num eterno sonhar...